blu blood; tododeku

primeiro contato;

Midoriya estava completamente exausto daquela segunda feira. Era um dia normal de trabalho e ele observava o salão lotado de clientes. Aquela visão o deixava completamente cansado, atender pessoas era algo extremamente cansativo.

O espaço estava sendo preenchido por conversas paralelas e pelo som dos talheres. Aqueles sons não eram nada adoráveis, mas sempre havia uma coisa nova acontecendo, e as notícias corriam na pequena SunnyCity.  

— Aqui é um lugar bem pacato, não acha, coelho? — o senhor raposa questionou pacientemente, ele olhava pela janela enquanto tamborilava seus dedos na mesa de madeira.

— O senhor é um turista? — Midoriya questionou e viu o homem assentir. — Não há muita diversão aqui em SunCity, mas daqui a 10 dias nós teremos uma festa de comemoração, será divertido.

— Parece interessante. Obrigado pelo café.

— Se precisar de algo é só chamar, tenha um bom dia — ele disse simpático e recebeu apenas um sorriso forçado.

Izuku rezou para que aquele senhor não o chamasse. Raposas e coelhos não se davam bem, era um milagre aquele senhor ter aceitado ser atendido por um coelho. Outros animais geralmente recusavam e pediam gentilmente para trocarem o atendente.

Com pressa, ele se afastou da raposa e foi até o balcão. As suas pernas doíam de tanto andar para lá e para cá, e seu sorriso havia congelado em seus lábios.

— Está sendo uma longa segunda-feira, não acha? — Kirishima disse repentinamente, ele pôs seus braços no balcão de madeira e bocejou. Eijirou era um gato, literalmente. Midoriya nunca foi bom em identificar as raças de gatos, mas chutava que seu amigo era um Maine coon. Seu rabo era cheio e seus olhos possuíam uma cor vívida de vermelho. Izuku não sentia medo de seu amigo, ele sabia que gatos não caçavam coelhos, uma vez que eles também sofriam bullying feito coelhos.  — Quer sair pra beber?

— Eu adoraria — Midoriya abriu um sorriso leve e olhou para o ponteiro, que marcava 16:56 PM. — Mas realmente não posso.

— Então continue trabalhando até o príncipe chegar para te pegar — Eijiro foi claro e logo riu.

— Você está parecendo a Jirou-

— O que você quer dizer com isso, senhor Midoriya? — uma terceira voz se pronunciou, esta era suave, porém fria.

Um arrepio subiu pelo o corpo do esverdeado, que fechou os seus olhos com força e engoliu em seco. Ele odiava o fato de que lobos possuíam uma audição invejável. Ele nem podia reclamar do seu trabalho sem ser repreendido por sua chefe psicopata.

— Ele está se tornando um bom líder! Sempre incentivando todos a darem seu melhor aqui no café! — Izuku falou quase convincente, mas soube que suas palavras não haviam causado nenhum efeito na mulher.

— Cuidado com suas palavras, Sr. Midoriya — Kyoka falou lentamente e se afastou, logo indo em direção a sua sala.

A aura maligna que antes havia se instalado na sala, agora se dissipara. Midoriya soltou o suspiro que estava segurando e apertou seu peito com força.

— Lobos...— Kirishima murmurou com nojo e voltou sua atenção ao coelhinho. — Por falar em lobos, como vai seu namorado?

— Ele é meu melhor amigo, não temos nada além de uma longa amizade completamente hétero — Izuku revirou os olhos com desgosto. — Ele é um lobo independente, ele nunca se apaixonou por ninguém, bem, não que eu saiba.

— A amizade de vocês dois é a coisa mais gay que já vi, e olha que eu me vejo no espelho todos os dias — Kirishima esboçou um sorriso brincalhão, assim deixando suas presas a amostra. — Fala sério, Zu. Nenhum lobo é virgem, nenhum.