As palavras me queimaram viva

O grito que não podia ser ouvido

Quando te vi na minha frente naquele dia senti uma eletricidade percorrendo o meu corpo inteiro.

Mesmo depois de tanto tempo,
lá estava você,
parado na minha
frente.

Olhando para mim como antes, sorrindo como antes,
e ah,
como era lindo te ver sorrindo assim!

Te abracei sem nem pensar duas vezes e tentei me contentar com
isso,
pois os dias não eram os mesmos nem muito menos as situações eram as mesmas.

Fazia tempo da nossa separação, porém me deixei demorar
um pouco mais no abraço,
sentia muita saudade disso.

Me aninhei naquele aperto como eu fazia antes e esqueci do mundo,
dos problemas, do passado, por um momento era só eu e você mais uma vez,
e dava para ver no seu sorriso que você ainda sentia o mesmo
e queria que aquele abraço durasse uma eternidade assim como eu,
porém eu não podia demorar mais.

Você desatou o abraço e eu restribui o soquinho com os punhos que amigos fazem.

Me despedi e te olhei ir embora como amigos fazem

E meu coração doeu tanto
como o de um amigo normal não dói.

Tive que guardar um grito na minha garganta e sorrir como amigos fazem, porque o grito era alto e não te queria só como amigo.
Ele gritava:

“Eu te amo!”