Capítulo I

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I – SAGAC Monte Azul

A Hierarquia vigente no reino Sagac era uma das mais modernas e admiradas no mundo inteiro. O Rei é o chefe supremo, faz as leis, dá as ordens, governa todo o território. Governa inclusive os pedaços de terras que pertencem a algum lorde. Abaixo do rei estão os próprios Lordes que administram os seus pequenos pedaços de terra, a família do rei e os líderes religiosos. A Rainha não tem nenhum poder, apenas é um título formal dado à mulher do rei. Abaixo desses estão os Cavaleiros e os Senhores de Terras de plantação. Na Base da pirâmide estão os Soldados em geral, Camponeses e Servos. Ainda existe uma categoria inferior, são os impuros para o reino e proibidos de atravessarem a muralha externa da Capital Syri, são eles: Os Banidos do reino por traições ou crimes leves, as Bruxas e as Criaturas malignas.

Algumas criaturas nunca foram vistas, mas os Reis amam contar histórias falsas nos grandes festivais para a população sentir orgulho do grande líder que está no poder. Falam que o exército matou gigantes, dragões, sereias, unicórnios e tantas outras criaturas que nunca foram vistas em lugar algum do grande mundo inexplorado.

- Henry! Acorde! Hoje é dia que você completa mais um ano de seu nascimento meu filho.

Henry estava deitado na sua pedra favorita. 15 anos de idade. 15 anos dormindo em uma grande pedra no chão dentro de uma enorme caverna cheia de desenhos de sua mãe. Enquanto os Reis, Príncipes e Princesas dormem na melhor cama possível os banidos ficam com a parte pior da vida.

- Mãe! Só mais um minutinho.

- Nada disso. Você agora é oficialmente um homem e quero te ensinar uns truques novos que eu aprendi.

Charlott é uma das Bruxas mais conhecidas do reino Sagac. Viveu por anos escondida dentro da capital e foi pega fazendo um dos seus rituais. Foi expulsa, teve sorte, todas as suas amigas bruxas foram mortas na praça da capital, queimadas e outras devoradas por leões. A caverna que vive é distante da capital, fica no interior do Monte Azul. Próximo as águas do Mar Zeugo.

- Eu queria mesmo era explorar os Mares e encontrar terras novas e distantes para nós fazermos o nosso próprio reino.

Charlott pega uma concha com água e joga no rosto do filho. Henry dá um pulo de susto, levanta de onde estava deitado e enxuga o rosto com suas mãos enquanto sua mãe não para de rir.

- Não tem graça nenhuma mãe. – Fala, segurando suas risadas na garganta.

Ela dá um abraço no filho, um dos melhores presentes que alguém pode ganhar no aniversário.

- Mãe! – Pausa – Eu Entendo toda a situação que você passa por anos, mas eu queria te pedir uma coisa. – Coça a cabeça. – Eu queria muito visitar a capital.

- Filho tu sabes que a mãe não pode entrar naqueles portões grandiosos, lá dentro é muito perigoso. Não podes correr esse risco meu filho. És filho de uma bruxa, se eles descobrirem te prendem e te matam. Não podemos correr esse risco.

- Então eu vou viver toda a minha vida dormindo em uma pedra dura, morando em uma caverna cheia de bichos e vivendo sem ver o que existe de mais bonito no mundo? Eu nunca verei as grandes torres? Eu nunca verei as armaduras de um Cavaleiro ou de um Soldado? Eu quero ser normal como todas as outras pessoas minha Mãe. Eu quero ver e sentir o que elas sentem, eu não vejo outra pessoa a não ser você fazem anos. Eu quero viver como alguém livre, como os pássaros que voam procurando o seu ninho.

Charlott fica magoada com as palavras do seu filho. Quando ele percebe que ela está virando as costas e saindo da caverna abaixa a cabeça e respira fundo.

GUERRA ETERNA: O preço da paz.Where stories live. Discover now