𝒞𝒶𝓅𝒾́𝓉𝓊𝓁𝑜 𝒟𝑜𝒾𝓈

95 29 175
                                    

Ethan Parker

Okay! Eu não morri, mas quero muito matar alguém.

Esse alguém seria meu chefe? Com toda certeza.

— Tudo bem, Tobias. Essa foi uma ótima brincadeira. — Falo enquanto rio de nervoso. Esse velho só pode estar brincando comigo.

— Não é uma brincadeira, filho. — Ele olha para a Diana, depois para o Henry e volta seu olhar para mim, deixando escapar um longo suspiro após isso, — Eu, pessoalmente, estou designando a Diana para a sua equipe, você querendo ou não.

Uau! Quando foi que você começou a tomar decisões por mim? Porque eu não lembro de ter pedido nada disso a você. — Começo a me irritar.

— Acontece, Parker, que eu ainda sou seu chefe por aqui. — Ele me chama pelo sobrenome com uma entonação de irritação. É bom que esteja com raiva mesmo, porque eu estou quase explodindo. — E se eu acho que será bom ter mais alguém na sua equipe eu posso ir lá e colocar.

Já posso sentir minha cabeça começar a doer. Isso está errado. O Tobias nunca interferiu em nada, sempre me deu carta branca para tomar decisões, minha equipe é a que mais soluciona casos aqui nesse Departamento, nossa taxa de erro é praticamente inexistente. Somos quase como um organismo que funciona perfeitamente bem, cada um exercendo uma função, como um órgão. Colocar mais uma pessoa é como querer ter dois corações num corpo onde só cabe um. Não funciona!

— Você quer que eu aceite isso calado? — Pergunto e recebo um revirar de olhos dele. Quando foi que esse velho ficou tão abusado?

— Eu não quero, você simplesmente vai aceitar isso calado. Eu nem tenho tempo para o seu chilique, Ethan. — Olho com indignação para ele. Eu não estou fazendo chilique, oras. — E não adianta ficar com esse bico de birra que eu não me importo. Vou deixar você digerir a notícia enquanto leva a Diana para conhecer o Departamento. Henry, me acompanhe até a minha sala. — E com isso ele sai, sendo seguido pelo Henry. Que maravilha! Ainda tenho que bancar a babá para a novata.

— É, você não sabe mesmo lidar com surpresas. — A voz da diaba quebra o silêncio. Me aproximo dela, fazendo a mesma levantar a cabeça para me encarar, já que sou maior do que ela, e com o meu melhor olhar assassino digo:

— Eu até sei, mas só quando as surpresas são agradáveis. — É fácil distinguir que ela ficou brava pela forma com que seus olhos escurecem e parecem faiscar. Suas bochechas ficam levemente coradas também. — Vamos andando! Não tenho o dia todo.

Me viro em direção ao elevador e escuto seus passos duros atrás de mim, além de um "Detetive babaca". Rio com o pensamento de que essa mulher não imagina o quão babaca eu posso ser.

(...)

Podem assinar o meu óbito, porque vou acabar me matando se tiver que mostrar mais alguma coisa para essa mulher. Ela é, praticamente, um Henry 2.0. Não teve um lugar nesse maldito Departamento que algum cara não tenha ficado boquiaberto com a presença dela e ela não tenha se aproveitado disso para flertar. Eu juro que meu humor está quase me fazendo plantar uma bala nos meus olhos para não ter que presenciar esse assanhamento de graça.

— Você fica sempre com essa cara? Achei que fosse mais divertido. — Ela diz enquanto caminha ao meu lado para voltarmos à nossa sala.

— Eu não sei que tipo de pessoa você é, mas eu sou um detetive centrado, que trabalha duro para manter esse cargo. Não há motivos para eu sair rindo pelos cantos. — Cerro o maxilar ao responder. Como uma mulher pode estar a menos de 24 h aqui e já ter me irritado tanto?

Na Mira do AmorWhere stories live. Discover now