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Tratava-se de uma cinza e fria manhã de inverno. Lauren, particularmente, não gostava muito desta época do ano, mas Kal-El, seu filho de seis anos de idade, adorava ver os pequenos e estonteantes floquinhos de neve despencarem do céu como singelos pontos de ouro branco puro, desmanchando-se elegantemente na palma de sua mão.
- Devagar, querido! - Pediu a mais velha, assistindo o latino correr em meio ao tapete de gelo branquinho que havia se formado na sacada de sua casa, uma mediana e confortável residência no subúrbio de Washington.
- Eu posso comer? - Kal-El indagou curioso, referindo-se ao pequeno montinho de neve em sua palma.
- Não acho que seja uma boa ideia. - A morena tombou a cabeça para o lado achando adorável a forma como os dedinhos do mesmo se moviam para brincar com os floquinhos.
- Faz doer a barriguinha, mamãe? - Ele olhou para baixo, encarando o amontoado de camisetas que cobria a pele de sua barriga.
- Mm rum. - Lauren grunhiu positivamente, desviando os olhos para a avenida ao notar que o carro de Olívia, sua mãe, estava sendo estacionado do outro lado da rua. - A vovó chegou. - ela informou ao mais novo que, animado com a chegada da anfitriã, passou a dar pequenos e eufóricos saltos no mesmo lugar.
- Vovó, vovó! - As curtas perninhas moveram-se para frente, a fim de alcançar Olívia com mais rapidez, o que quase resultou em um belo tombo.
- Você tem que ser um pouco mais paciente, querido! - A mulher de elegantes cabelos grisalhos ralhou, acolhendo o pequeno entre os braços e erguendo-o do chão para, enfim, segurá-lo em seu colo. - Vai deixar a vovó tristinha se se machucar.
- Eu não vou me machucar. - Kal-El balbuciou ao deitar a cabeça sobre ombro dela, deixando que os olhos esverdeados ficassem voltados de forma curiosa para Lauren. - A senhora já vai trabalhar?
- Sim, meu amor, a mamãe já vai. - Ela respondeu, aproximando-se de Olívia e do filho para deixar um beijo sobre a testa de cada um dos dois.
- Tome cuidado! - A anfitriã pediu, mesmo não sabendo que por trás do trabalho de segurança em uma loja de brinquedos a latina fazia algo bem mais perigoso.
- Não precisa se preocupar. - ela sorriu. E embora odiasse mentir, sabia que era necessário. Afinal, a proteção de sua família dependia daquilo. - São apenas pelúcias inofensivas. O máximo que elas podem me causar é uma coceira no nariz.
- Eu não gosto quando coça. - Kal-El balançou a cabeça negativamente, agarrando-se ainda mais a avó no instante em que a ouviu reclamar de seu peso. Algo compreensível, pois ele, de fato, havia ganhado mais alguns quilinhos depois que passou a morar com apenas uma das mães.
- Eu sei, meu amor. - Lauren murmurou.
- Ela me ligou ontem. - Olívia comentou de forma avulsa, referindo-se a ex-esposa da filha, o que fez com que a latina instantaneamente rolasse os olhos esverdeados em antipatia. Odiava quando a mãe começava a tentar reaproximá-las. Era ridículo. Tosco.
