João Cabral de Melo Neto

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Nada melhor do que começar a falar de alguns poetas com ele: João Cabral de Melo Neto, um dos maiores poetas brasileiros (e de língua portuguesa) de todos os tempos

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Nada melhor do que começar a falar de alguns poetas com ele: João Cabral de Melo Neto, um dos maiores poetas brasileiros (e de língua portuguesa) de todos os tempos.

Se você conhece alguém perfeccionista, então prazer, apresento-lhes este poeta. João Cabral ficou conhecido como um grande poeta devido seu cuidado com a estrutura em seus textos, seu rigor estético era marca fundamental em seus poemas.

Nascido no dia 09 de janeiro, no Recife, publicou texto considerados obras primas da nossa literatura. Foi casado duas vezes e teve 5 filhos.

Além de poeta, foi diplomata brasileiro e era irmão do historiador Evaldo Cabral de Mello, primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, além de amigo do pintor Joan Miró e do poeta Joan Brossa. Uffa, que belos contatinhos ele tinha, não!?

E, se o assunto for prêmios, João Cabral é um especialistas

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E, se o assunto for prêmios, João Cabral é um especialistas. Conquistou os mais importantes da área literária como O Prêmio Camões (1990), Grande-Oficial da de ( de ); (1994), Grã-Cruz da de ( de ) e o (1992 – sendo o único brasileiro até o momento a ganhar tal distinção.

Alguns especulam que, antes de sua morte, ele era muito cotado para ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Já pensou, João Cabral de Melo Neto representando o Brasil no Nobel?

O poeta foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 37 entre os anos 1968-1999, precedido por Assis Chateaubriant e sucedido por Ivan Junqueira. E olha que curioso, João Cabral nunca compareceu a nenhuma reunião na academia.

 E olha que curioso, João Cabral nunca compareceu a nenhuma reunião na academia

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A seguir, um trecho do seu poema mais famoso: Morte e Vida Severina.

— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.


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