Tenuê line of Love and Hate [Em Hiato]

16- Desafiada pelo diabo

Após se despedirem de Dr. Carter Andrea e Miranda atravessaram as portas do hospital, Roy as esperava no meio fio, em pé com a porta do passageiro aberta enquanto os seguranças abriam caminho em meio aos inúmeros repórteres e paparazzi que esperavam do lado de fora, pois de algum modo descobriram que Miranda teria Alta naquele dia.

Quando as duas finalmente conseguiram entrar no carro e se acomodar, Roy deu partida e olhou para Miranda através do espelho, esperando a ordem.

-Para a casa de Ahn-dre-ah, Roy! - E assim ele o fez.

Miranda levantou a divisória que separa motorista de passageiro e silêncio caiu sobre elas, Miranda olhava as ruas e as pessoas na calçada, pela janela, isso lembrava Andrea sobre aquele fatídico dia em Paris, ambas perdidas em pensamentos.

Ao chegarem a casa de Andrea, quando a garota ia descer do carro, Miranda a parou com aquele tom baixo e eletrizante que só ela consegui pronunciar.

-Ahn-dre-ah? - A jovem mulher de cabelos pretos se virou e encarou, Miranda a olhava intensamente. - Pegue tudo que precisar para sua estadia na casa da cidade, você certamente não dormirá em sua cama novamente tão cedo! Isso é tudo.

Miranda disse em seu tom usual com um minúsculo sorriso fazendo Andrea corar furiosamente com um pensamento impróprio. Assentindo ela abriu a porta do Mercedes prata e saiu, mas não antes de responder.

-Sim, Miranda!

POV - Andrea Sachs

Eu só poderia estar maluca, que comentário foi aquele no carro? E com aquele sorriso? Ah deus eu estou tão ferrada, serão dias tensos, talvez infernais!

Eu peguei tudo que precisava em talvez menos de cinco minutos porque conheço bem o tamanho da paciência de Miranda, um recorde eu diria! Só espero não estar esquecendo de nada. Coloquei tudo que achei necessário em uma mala e em minha bolsa, isso incluía, notebook, carregador, meus preciosos fones de ouvido, roupas de alta costura, meu moletom do time de basquete da época do ginásio junto com minha camiseta da sorte, ambos um pouco largos e surrados... Eu só espero que não tenha que encarar Miranda no meio da noite porque se não já posso imaginar o olhar de desprezo que ela vai me dar ao ver essas roupas... Mas poxa vida eu vou dormir, não vou pra uma festa do pijama, não é?

Com mala em mãos eu estava pronta, para qualquer necessidades físicas para os dias que passaria na casa de Miranda, mas psicologicamente a história era totalmente outra. Que Deus me ajude!

Eu sai do apartamento nas carreiras, fui direto para a portaria e comuniquei o porteiro que passaria uns dias fora. Assim que coloquei os pés para fora do prédio antigo me deu um frio no estomago, eu estava com a cabeça à mil. E um único pensamento... Como lidar com a mulher que secretamente amava, vivendo de baixo do mesmo teto que ela? Na verdade, vivendo de baixo do teto dela?

Que Deus me ajude!

Ao chegar no carro Roy me aguardava do lado de fora, ele me da um pequeno sorriso pega minha mala e à coloca porta-malas. Assim que abro a porta e deslizo pelo banco do passageiro, noto que Miranda estava seria, olhando pela janela oposta a minha, ela sequer se moveu quando me sentei a seu lado.

A viagem foi de um silencio incômodo para mim, acho que até Roy notou que algo estava errado, pois me olhava e olhava Miranda o tempo todo com uma expressão levemente preocupada. Eu acho que entendo ele, Miranda nem o cumprimentou quando o viu e ele tirando Nigel é certamente um de seus funcionários mais antigos.

Eu suspirei de alívio quando o carro estacionou em frente a casa da cidade, já não aguentava mais aquele silêncio. Ao sair do carro eu peguei minha mala e as coisas de Miranda pois a mesma já tinha aberto a porta e sumido casa a dentro e quando me dei conta havia deixado tudo pra trás, para que eu levasse. Mas Roy foi gentil e me ajudou carregando minha mala para a sala de estar da casa, enquanto eu me virava com o resto da bagagem e a cadeira de rodas. Porém eu estava preocupada, Miranda era teimosa ela não deveria estar andando assim, ela nem esperou para que eu a ajudasse a caminhar. Era como se ela estivesse fugindo de mim?