01 | apenas designada como tal

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Acordei assustada olhando todos os cantos do quarto, minha cabeça doía e eu sentia a presença de alguém no quarto. Foi então que olhei vendo Moon Taeil. Me encolhi rapidamente. Tinha tido um pesadelo horrível com ele, mas não tinha sido o primeiro. Porém, este me deixou traumatizada e tenho medo que isso aconteça alguma vez.

Além disso, eu tinha acordado mais tarde devido a tal coisa.

— Me desculpe por acordar tarde. — Desculpei-me, ainda encolhida, sem sequer o conseguir encarar devido ao meu sonho. Foi tão horrível que eu sou incapaz de sequer referir o que ele fez nesse sonho.

Horrível.

— Você não acordou tarde, você estava tremendo e chorando enquanto dormia. Tentei te acordar de várias formas, mas só o berro funcionou. — Parou de falar por uns segundos. — Mas já que estou acordado e você também, faça meu café da manhã. Estarei esperando no meu escritório pessoal. — Assenti com a cabeça e vi-o saindo do meu quarto.

Soltei ainda alguma lágrimas, tentando esquecer o que o que tinha sonhado. Embora a dor de cabeça fosse presente, eu me levantei, respirando fundo e deixando uma frase sair alto da minha cabeça, referente ao sonho que tive.

— Porque ele mataria um prisioneiro daquela maneira? — Não consegui obter resposta à minha pergunta, pois mesmo que eu quisesse, eu nunca teria alguém para me responder.

O sonho parecia tão real que parecia que sentia a dor e agonia que aquele prisioneiro sentia. No entanto, eu não sou uma prisioneira. Apenas designada como tal, para me proteger. Palavras dele, e claramente eu vou acreditar, pois ele não sabe quem eu sou, e até hoje não tentou me fazer nada, o que lhe daria morte certa. Mas, quem garante que devido a eu ser designada como tal, os presos nas masmorras não sejam mortos dessa maneira? Que não estão com dores e em agonia extrema neste momento? Do conhecimento que tive ao longo do tempo por me ser  disponibilizado sem reclamarem, eu sei que o cérebro não cria rostos, então em algum momento eu já vi aquela pessoa, e bem capaz de ser realmente um prisioneiro. 

Mas eu vou acreditar que tudo não passou de um mero sonho.

Calcei umas meias e caminhei até ao banheiro onde tomei um banho rápido, me sentindo por segundos rica, pois eu tinha acesso a banho. Tipo, eu nem sabia o que era banho até vir para aqui, ao ponto que eu tomava tantas vezes que me pergunto de onde vem tanta água. Eu me aproveito demais. Me sinto mal, mas não consigo evitar, pois nunca sequer sonhei em ter algo assim. 

Novamente aquela pergunta anterior veio à minha mente. Eu sou prisioneira dele, se ele fosse como no meu sonho, porque ele me manteria aqui? Não é mesmo. Mas, e o que é feito dos outros? E porque eu estou pensando nisto novamente?

Ao sair do quarto, eu quase esqueci do pequeno almoço dele. Realmente não entendo porque ele insiste em querer algo feito pelas minhas mãos, pois digamos que eu sou o próprio caos em pessoa, além de achar que isso seja um teste para que eu vire dona de casa ou sei lá. O que claramente ele está a pedir a morte novamente se eu descobrir que é para essa porcaria. No entanto, ele também me faz, então eu conto as vezes que ele me faz, diminuindo a cada vez que ele me faz, o que só aumenta e às vezes me deixa frustrada, querendo dobrar o número só porque sim de cada vez que lhe faço.

Os cozinheiros e pasteleiros, que costumavam me ajudar bastante, ainda não acordaram. Por volta das sete e meia, era quando eles começaram, mas digamos que eram cinco e quarenta e três e nem quero fazer ideia à quanto tempo ele está acordado, ainda mais porque ele deitou ligeiramente tarde ontem, mas me deixou dormir mais cedo.

Eu espero que realmente não seja um teste, pois eu ando a obedecer demais a ele e quanto mais eu perceber que tudo é um teste, mais vontade eu terei de acabar com a vida dele e herdar isto tudo sem nem sequer ter na herança. 

Prisioneira | moon taeilOnde histórias criam vida. Descubra agora