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Eu e o Bailey começamos a tentar voltar. Andamos, andamos, corremos e não deu em nada.

- Bailey?

- Fala.

- Não estamos chegando à lugar nenhum.

- É, eu sei. A gente devia ligar para alguém.

- Sim, mas para quem?

- Não sei, para qualquer uma das treze pessoas que estão no acampamento?

- É, mas têm duas questões Bailey.

- Quais?

- Primeiro: não teremos como descrever onde estamos. Nem como eles vão chegar até nós. Pois não sabemos como chegamos. Segundo: é bem capaz deles se perderem também.

- Às vezes eu sinto que você faz estágio de lógica, e não de dança. - Bailey diz e rimos.

O Bailey começa a gravar um storie e me pergunta: - Onde estamos?

- Na floresta. - eu respondo.

- O que estamos fazendo?

- Voltando pro acampamento.

- Como estamos fazendo isso?

- Andando sem rumo e com certeza, nos perdendo ainda mais.

- Ae. - Bailey diz dando ênfase na letra "e" e eu rio. Bailey para de gravar. Mas, continua no Instagram.

- S/N?

- Que?

- Não faça movimentos bruscos.

- Do que você tá falando?

- Eu acabei de assistir o vídeo. E de ler algumas coisas que responderam.

- Ué, eu também assisti, e até repostei. O que isso têm a ver, com movimentos bruscos?

- Ele me mostra o vídeo. Dessa vez, com ele pausado. E eu vejo algo atrás de nós, de costas.

- O que é isso? - pergunto diminuindo o passo e andando lentamente.

- Um urso, S/N.

- O que a gente faz?

- Eu diria, correr. Mas, ele iria correr atrás de nós. Então, eu diria, se jogar no chão, mas ele vai ouvir o som.

- Bailey, me diga o que fazer, não o que não fazer.

- Uma vez, eu li em um site, que devemos andar devagar, e jamais correr.

- O que mais?

- Eu não me lembro bem. Mas, devemos andar de forma lateral e manter um dos olhos no urso.

- Por que andar lateralmente, e não andar para frente?

- Para evitar que a gente tropece.

- Tá. Então a gente faz isso, e depois que estivermos longe dele, corremos para algum lugar?

- Não S/N, sem correr. Ursos são desatentos aos arredores. Ele não vai notar a nossa presença se não fizermos barulho. E se corrermos, só vamos estar mostrando que somos uma presa e ele vai correr atrás da gente.

- Então, resuma o plano.

- Seguinte: vamos permanecer em silêncio, e se necessário, vamos falar baixo. Igual agora. Vamos andar lentamente, para o lado, saindo da direção dele. Sempre com um dos olhos no urso. Torcendo para que ele não note a gente. E jamais, iremos correr. O problema, vai ser se ele nos ver.

- Normalmente, eles não atacam humanos. Ou seja, vamos falar gravemente e calmamente. Sem gritar, berrar ou fazer sons finos. Vamos falar enquanto andamos de lado, olhando para o urso e nos afastando dele.

- Com qual objetivo?

- Mostrar que somos humanos, que podemos nos defender. E que não temos medo dele.

- Tá, mais alguma coisa S/N?

- Devemos provar que estamos abandonando o território, caso ele nos veja. E, que não somos ameaçadores.

- Ok, então esse é o plano. S/N, mais uma coisa.

- Fala.

- Se você tiver alguma religião, começa a rezar, porque agora a coisa tá feia.

- Tá bom, Bailey. - eu respondo e nós prendemos o riso. Começando à colocar o nosso pequeno "plano" em ação. E com esperança, de que não morreremos.

𝗢 𝗶𝗻𝗶́𝗰𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝘂𝗺 𝘀𝗶𝗺𝗽𝗹𝗲𝘀 𝗲𝘀𝘁𝗮́𝗴𝗶𝗼; เɱαɠเɳε ʝσรɦ × ყσµWhere stories live. Discover now