Capítulo 2 - Stand By Me

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No começo achou que ele fosse só um idiota com alguns parafusos a menos, entretanto tinha algo no olhar do cara que ele não entendia. Ninguém jamais o olhou daquele jeito, como se enxergasse sua alma. Ser olhado de tal maneira despertava em si dois sentimentos distintos; curiosidade e receio. Optou por acreditar que fosse apenas desejo. Arriscou-se quando sentou-se no colo dele. Poderia ter recebido um soco em resposta, era o mais provável que acontecesse, mas não aconteceu. Errou apenas sobre uma coisa: Chanyeol não era virgem, nem perto disso. Nenhum virgem conduziria o sexo tão bem.

Baekhyun era metido, debochado, individualista, controlador e odiava perder. Mas na cama, quando estava sem roupas, ele era completamente diferente. Park pareceu entender isso de primeira, pois foi bastante ativo, totalmente consciente do comportamento bastante passivo do menor.

Não gostava muito de se mostrar frágil, porém naquele ato, entre quatro paredes, era impossível controlar-se. Do mesmo modo que não conseguia controlar os sons que insistiam em sair da sua boca a todo momento, ou suas mãos que agarravam Chanyeol como se ele pudesse fugir e o deixar naquele estado necessitado.

Transaram por quase duas horas, sem parar para descansar. Baekhyun achou que fosse desmaiar por um momento, então nem conseguia imaginar o estado de Park que fazia todo o trabalho. Quando acabaram, o maior caiu de costas no colchão com a respiração tão alta que parecia estar a beira de um ataque de asma. Aproximou-se e deitou a cabeça em seu peito que descia e subia com rapidez.

De algum modo, era possível que sua personalidade pós sexo fosse ainda mais passiva e carente de atenção. Por isso não conseguiu evitar sorrir quando Chanyeol passou o braço por cima de si e começou a acariciar seu cabelo.

— Você tem bastante energia — comentou Baekhyun.

— Desculpa, é que fazia um tempo — respondeu. — Eu te machuquei?

Baekhyun apenas moveu a cabeça negativamente, fechando os olhos. Desejou fumar um cigarro, mas não tinha forças para se mover, então pediu para o outro pegar para si. Chanyeol tinha braços longos, então ele só precisou se esticar um pouco para alcançar o criado-mudo, abrir a gaveta e trazer a carteira de cigarro.

— Você esqueceu do fogo — lembrou Baekhyun, com o cigarro apagado em meio aos lábios.

— Merda — xingou, esticando-se novamente para pegar a caixa de fósforos.

— Acenda para mim — pediu.

Chanyeol riu.

— Você é muito mimado, sabia?

— Hum... — Tragou e depois soltou a fumaça enquanto olhava para o teto. — Você usou meu corpo à vontade, agora é hora de pagar por isso, meia um.

— Meia um?

— Sim, é seu número de perdedor, digo, de piloto.

Chanyeol riu outra vez e roubou o cigarro do ruivo apenas para dar uma tragada, devolvendo em seguida.

— Então você é o quatro?

— Isso.

— Na numerologia, dizem que o número quatro é uma pessoa inflexível, fiel e com alto poder de argumentação.

Baekhyun não entendeu porra nenhuma.

— Não faço ideia do que você está falando, pra mim o número 4 só significa uma coisa.

— O que?

— Vencedor — respondeu com um sorriso zombeteiro.

— Nem sei porque perguntei — rebateu, beijando o topo da cabeça do menor.

Meteoro 614Where stories live. Discover now