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Any Narrando.

Acordei com minhas costas dolorida, tentei movimenta meus braços mais é como se algo estivesse me prendendo, abro os olhos e vejo que eu estou em um lugar completamente desconhecido e amarrada a uma cadeira.

— Olha só quem acordou.

Ouço aquela voz um pouco rouca, e grossa, sentir um arrepio dos pés a cabeça.

— O que você pensa que está fazendo? Me tire já daqui.

Falo séria tentando olhar pra pessoa atrás de mim.

— Desculpe cunhada, mas eu não posso tirar você daí.

Ouço passos se aproximando e respiro  fundo, meu corpo tremia de medo e a pequena menina que habitava dentro da minha barriga parecia perceber isso, por que a mesma não parava de se mexer.

— O que você quer comigo?

Pergunto seria assim que o homem que antes tinha falo com o JB se põe em minha frente, o mesmo dar risada.

— Com você? Nada… Mas quero algo com o meu irmão.

Ele fala se sentando em uma cadeira que só agora eu tinha percebido que tinha em minha frente, lágrimas começam a escorrer, eu estava com medo, será que eu e o JB, não teríamos um pingo de sussego? Desde que cheguei aqui, tudo o que aconteceu foi coisas para me afastar do dele.

— Por favor… Me solta, eu nunca te fiz nada.

Falo entre lágrimas e o mesmo dar um suspiro, olho pra ele um pouco com dificuldade por causa dos fios de cabelo em meu rosto e os olhos cheios de lágrimas.

— Eu tenho uma dívida com o Joshua Beauchamp, e ela só pode ser paga com você aqui.

— O que você quer dizer?

Pergunto e o mesmo coloca a mão na minha barriga.

— Vai ser dois coelhos com uma cajadada só.

Dar um sorriso que me faz gelar por dentro, eu sabia que não ia acontecer nada de bom, JB não pode vim aqui, eu não posso perder ele, eu não posso perder minha filha, eles são tudo o que eu tenho.

— Por favor, seja lá o que ele fez, ele é seu irmão.

Falo entre lágrimas e o mesmo levanta e chuta a cadeira que estava sentado e a mesma de espatifa contra a parede, o medo em meu peito aumenta e eu choro mais ainda.

— AQUELE CRETINO MERECE PAGAR POR TUDO O QUE ELE FEZ.

Grita e vem até mim, segura meu queixo e aperta minha bocheca.

— Você é exatamente como a Dytto disse.

Ele fala dando um sorriso de lado e eu choro mais ainda.

— Xii, eu não vou fazer nada com você, não vou te machucar… Não agora.

Fala passando os dedos pelo meu rosto, eu já não tinha mais lágrimas para chora, o mesmo aperta minha bochecha e me dar um selinho, eu cuspo nele, o mesmo dar um sorriso de dar medo e se afasta, dando um tapa forte no meu rosto, eu gemo de dor e choro mais ainda.

— Putinhas que se acham como você são sempre as mais interessantes.

Ele fala alisando meu rosto e sai andando, eu continuo chorando.

— BM ligue para o JB e faça um acordo com ele, diga que será a vida dele pela vida das duas.

Ouço o mesmo falar e tiro lágrimas não sei da onde para chorar ainda mais, ouço a porta do que eu agora chamo de cativeiro se abre, logo BM se põe em minha frente com o celular na mão e um sorriso ridículo no rosto, eu o olho seria, com nojo e desprezo.

— Não me olhe assim Any, cada um escolhe seu lado, não tenho culpa se você foi parar no lado errado, tá ligado?

Ele fala rindo e eu nego com a cabeça.

— Você não tem um pingo de vergonha não é? O JB confiava em você, você era o homem que ele mais confiava abaixo do NU… Eu confiei em você.

Falo e outra lágrima escorre.

— Decisão horrível.

Fala com um sorriso de lado e digitar algo no celular, coloca no viva voz e se encosta na parede.

— Me fala pra onde você levou a Any Gabrielly, BM.

Ouço a voz do JB do outro lado da linha e meu coração acelera.

— Como assim? A patroinha sumiu?

Ele fala com a cara mais sinica que já vi.

— FALA LOGO PORRA.

Grita JB e BM coloca uma expressão de satisfação no rosto.

— Engraçado, sempre era você que estava no controle da situação, qual a sensação de ser a barata tonta da vez?

Ele fala em um tom calmo que me deixava com medo, e olhava pra mim mandando alguns beijos no ar.

— Se você fizer algo com ela…

— Eu estou morto? - dar risada - Poupe a sua saliva chefia… Mas eu tenho uma troca para lhe oferecer.

Fala e o JB fica calado do outro lado da linha esperando que ele continuasse.

— JP quer a liderança do morro e você em troca da Any Gabrielly e da coisa dentro da barriga dela.

Fala BM e eu choro só de pensar no JB aceitando essa proposta, ele não pode aceitar, tem que ter outro jeito, eu não posso perder ele.

— Eu vou matar vocês dois antes de tocar um dedo nela ou na minha filha.

Fala irritado e BM dar uma gargalhada.

— A é?

Dar um tiro pra cima e eu grito me encolhendo na cadeira.

— Eu não tô brincando BM, Quando eu te pegar você vai tá morto.

Fala JB com a voz cheia de raiva, eu tentava me acalmar para não prejudicar a Maxine que estava inquieta dentro da minha barriga, mas era uma missão quase impossível.

— Acontece “chefinho” que eu não estou mais nas suas mãos… Você está nas minhas.

Fala dando uma risada vitoriosa e eu fecho os olhos voltando chorar.

— Acho melhor você se decidir, já estou cansado de ver a patroinha chorando, vou ter que consolar ela de alguma maneira.

Ele fala e eu escuto passos vindo em minha direção o mesmo começa a beijar meu pescoço, e vai subindo.

— Eu juro por Deus, que se você fizer algo com ela…

— Sem ameaças, o tempo tá passando, tic tac tic tac.

Ele o interrompe e desliga se afastando de mim.

— Até que ganhar a sua confiança me serviu pra alguma coisa.

Fala dando tapinhas em meu rosto e sai fechando a porta com força.

— Por favor Deus, tire-nos daqui em segurança.

Sussurro com os olhos fechados.

O Favela e a Mimada - Adaptação Beauany [ √ ]Onde histórias criam vida. Descubra agora