Capítulo 22: Perdição - Parte II

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POV Finn

— Oi Sophia...

Mesmo que ela estivesse diferente, -diferente até demais, eu a conhecia muito bem. Conhecia o tremor de suas mãos e como elas ficavam gélidas e pálidas quando ela estava nervosa, de como suas linhas de expressões apareciam quando ela estava surpresa e do sorriso sem jeito que se formava em seu rosto por pura educação,-mesmo que ela não estivesse feliz.

— Finn oi, nossa! Quanto tempo, você está bem diferente...- expressou em um tom exagerado depois de minutos de silêncio - Nossa fazem o quê? Um ano e meio que não nos vemos

— Três, três anos pra falar a verdade, mas você chegou bem perto - corrigi ansioso

E então...- instigou uma continuação, mas eu sabia que o que ela queria mesmo dizer era: o que infernos você quer comigo depois de tanto tempo?

— Acho que precisamos lavar algumas roupas sujas, não é o tipo de sujeira que eu quero esconder embaixo do tapete, e eu sei que se eu quiser seguir em frente, preciso falar com você - expliquei da maneira mais simples que pude

— Fazem tantos anos Finn, e sinceramente eu não quero ter uma daquelas conversas com você, você é o tipo de cara que sabe argumentar tão bem que me confunde, e eu não preciso desse caos na minha vida agora, foi por isso que eu terminei com você, você sabe disso...

— Sophia acredite eu não quero te confundir, eu quero me desconfundir, depois do que você fez, não acha que me deve isso? - questiono com certa mágoa em minha entoação

— Eu não te devo nada Finn Wolfhard, e não vamos voltar no porquê eu terminei com você, fazem três malditos anos então supera, vai pra casa por favor! - pede de forma tão bruta que assemelhou-se à uma ordem

— Eu estou tentando fazer isso desde o dia em que você me deixou aquela maldita caixa de mensagem naquele número que nem sequer existe mais! - vociferei mais alto do que deveria - Me ajuda...- peço diminuindo o tom de voz gradativamente

Desde o fatídico dia de nosso término por motivos egoistas que não devem ser discutidos nesse momento, ela se isolou nesse bairro, o tipo de bairro do Brooklin tão camuflado por todas as luzes chamativas e aclamadas da bendita Nova York, que mais se tornava um bairro para foragidos do governo, imigrantes ilegais e drogados. O tipo de bairro que não se passava despercebido, até mesmo porquê, nem se passava por lá.

Com todo o respeito, a rua cheirava à merda e a entorpecentes, e cada vez que eu alternava o olhar para a estrada e seu rosto confuso e pensativo sentia mais à fúria crescendo dentro de mim. Sophia não terminou comigo para viver nessas situações, ela terminou comigo almejando algo muito maior que uma kitnet dividida com o troglodita que ela chamava de namorado, e enquanto ela me enganava, outro alguém enganava ela.

Causa e efeito, uma coisa levou a outra e agora ela é paga para viver em um lugar como esse.

— Soph, quem está aí? - questionou uma voz masculina se aproximando cada vez mais da entrada

— EITA PORRA! Cara de sapo, você por aqui...

Por falar em trogloditas...

— Eai Adam

Adam Oleff, era só mais um babaca da nossa época de escola, o típico garoto problemático que tinha corpo demais e cabeça de menos, que tornava a vida escolar de qualquer um, um verdadeiro inferno e que tinha fama sufiente para roubar o seu maldito lugar na sala de aula, mas que quando saía do ensino médio não conseguia mais que um emprego comercial das sete às nove, aonde se trabalha feito um escravo e ganha uma mixaria por hora.

Supernova |Fillie| • Não Finalizada •Where stories live. Discover now