Agora você está sendo cínica...

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- Isso é ridículo!

Larissa enfiou as mãos nos bolsos da calça.

- Ou é assim, ou não sairá do hotel.

- Não acredito nisso! Que direito você tem...

- O direito da mulher que paga por seus serviços.

Ohana se sentiu esbofeteada e foi tomada por uma onda de pânico.

- Mas é claro... Como pude esquecer? - Foi ao banheiro abrir o chuveiro, separou uma lingerie, e depois virou-se para ela. - Não demoro para me arrumar...

Naquele momento, Ohana não conseguia pensar no jantar, mas qualquer coisa seria melhor do que ficar enfurnada na suíte.

{...}

Quando Ohana saiu do banheiro, quinze minutos mais tar­de, já estava maquiada, tinha feito um coque, e foi até o guar­da-roupa, onde apanhou uma calça de seda preta, uma blusa branca de alcinha e uma jaqueta vermelha. Calçou os sapatos e pegou a bolsa.

Larissa a elogiou, reparou em sua expressão tensa, e imagi­nou se Ohana tinha idéia de como ela ficara andando de um lado para o outro, esperando que ela chegasse ou ligasse.

Ohana foi até a porta e voltou-se para ela.

- Vamos?

Caladas, pegaram o elevador.

Larissa conduziu-a para o res­taurante do hotel, onde o maitre arranjou-lhes uma mesa, e em seguida chamou o garçom de bebidas.

Larissa pediu um pinot noir e passou a examinar o cardápio.

Ohana quis um ceviche de entrada e uma ceasar salad de prato principal, e reparou o olhar sério de Larissa ao fazer o pedido ao garçom.

- Sem fome, Ohana?

- Não.

A morena levou a taça aos lábios e sorveu um pequeno gole.

- Pretende restringir a conversa à monossílabos?

Ohana brindou-a com um sorriso forçado.

- Como foi seu dia? - Ela saboreou o delicioso vinho. - A reunião correu bem?

Larissa reclinou-se na cadeira revirando os olhos.

- Está exagerando, Ohana.

- É mesmo? Achei que você quisesse uma conversa agradável.

- Vamos resolver esse assunto, tá legal?

- Refere-se a quê?

Larissa ergueu a taça em um brinde silencioso.

- À discussão que teremos agora.

- Não gosto de discussões em público - afirmou, receosa.

- Acho que podemos conversar de maneira civilizada.

- Não temos nada para discutir, Larissa.

- Temos sim.

O garçom chegou e as duas se calaram, serviu o ceviche, depositou um prato de petiscos na frente de Larissa e saiu.

- Não, Larissa . Estou ciente dos seus direitos. - Pegou uma colher e ignorou o olhar fulminante da morena. - Vamos comer?

- Foi você quem me ofereceu seus serviços, lembra?

- Sim, é lógico. Peço desculpas por ter esquecido minha função. Na próxima eu avisarei se for me atrasar e, como já ex­perimentei o metrô nova-iorquino, prometo não repetir a dose. Está bem assim?

Proposta Indecente - OhanittaWhere stories live. Discover now