Capítulo 4

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A caminho da minha antiga kitnet, vou refletindo sobre o que Júnior me disse, teríamos tudo pra dar certo, somos amigos, ele é gato, sensível, carinhoso, rico e sexy quando quer. Sorrio com isso mas ao chegar, imediatamente ele some.

_Esperei o dia inteiro garota, me entrega a grana.

_Olha, eu vou te pagar tá, só que não tenho nada hoje, eu fui demitida.

_Foda-se você  o seu trabalho, eu quero a porra do dinheiro.

_EU NÃO TENHO, eu vou pegar  as minhas coisas e vazar, tá legal? Assim que eu tiver alguma grana eu venho te pagar.

Avanço em direção à kitinet mas Ommar puxa meu braço me jogando em direção à parede

_Sua puta desgraçada, tá pensando o que? Que vai entrar aqui como se nada tivesse acontecido? Hã?

_Me solta. Vocifero para ele

_Ou o que? Vai gritar? Acha mesmo que alguém vai te ouvir nesse fim de mundo

_Garanto que ao menos uma pessoa vai me ouvir

_Experimenta, grita sim enquanto eu enfio o meu pau em você

_Me larga seu porco desgraçado...

Vejo as imagens como um borrão, Ommar de repente está jogado no chão e um corpo masculino sobre o seu, socos são deferido até que vejo sua cabeça pender

_Meu Deus! Ele tá morto?

_Não, desmaiou apenas

_Como, como você?

Junior anda apressado até a parede em que ainda estou encostada

_Você tá bem?

_Sim, acho que sim

_Vim assim que você saiu, achei que poderia precisar de ajuda com suas coisas

O abraço agradecendo 

_Vem, vamos pegar suas coisas

Entramos e subimos, começo a catar as minhas coisas

_Como você conseguia viver aqui Sophie?

_Era o que 250 pagava

_Por que nunca me pediu pra te pagar um hotel? Ou, sei lá, algum lugar melhor.

Paro e o encaro

_Junior,  eu não sou assim, não sei ser assim

_Eu sei, por isso que eu...

_Acabei aqui, vamos?

_Claro!

Ao sairmos, Ommar está sentado no degrau da escada

_Seu playboy cretino, você vai pagar caro por isso

_É melhor calar essa sua boca nojenta, ou acabo com sua raça, tem sorte de eu não ir agora mesmo na polícia e te denunciar

_Vem Júnior, vamos, esse lixo não vale à pena

Saímos e entramos no carro em direção à mansão onde ele mora, o percurso foi feito em silêncio. Ao chegarmos fico apreensiva de encontrar com os pais dele, que apesar de nunca terem me tratado mal, sei que não vão muito com minha cara. E isso pude confirmar.

_Vem, vou te levar no seu quarto.

_Júnior, querido, que bom que chegou, seu pai e eu...., Oh, Sophie, você por aqui, que surpresa

_Olá senhora Carol, como vai?

_Ótima!

_Oi mamãe, a Sophie vai passar a noite aqui

_Ah! 

_Mas amanhã mesmo irei embora senhora, não precisa se preocupar. Digo de antemão fazendo Júnior me encarar

_Você fica o quanto tempo precisar

_Aconteceu alguma coisa. Pergunta a mãe

_Sophie perdeu o emprego hoje e o seu  locador tentou abusar dela e ...

_Sophie, porque não sobe e toma um banho enquanto pedimos para arrumar a mesa para mais um?

_Tudo bem!

_Vem eu levo você. Oferece Júnior.

Enquanto subo a escada uma sensação de frio na espinha me percorre, tento afastá-la.

_Você fica nesse quarto, tem um banheiro alí, e se precisar de ajuda no banho ou quem qualquer coisa, já sabe né?

_Besta, valeu.

Ele sai em seguida piscando pra mim, começo a desfazer a malinha com minhas coisas e pego celular e vejo descarregando, procuro pelo carregador em todos os buracos possíveis e não o encontro.

_Bosta!

Decido ver se Júnior pode me emprestar o dele, ao descer o terceiro degrau, ouço sussurros que identifico como sendo as vozes dele e de sua mãe:

_Querido, ela não pode ficar aqui?

_Por que mãe?

_Olha só a situação dessa garota

_Mãe não fala assim, ela é minha amiga desde o orfanato, ela é importante pra mim

_Eu sei meu amor, mas ela foi demitida, e tentaram abusar dela, acha mesmo que é uma pessoa segura meu filho?

_Você não entende né?

Antes de causar problemas para ele, sei exatamente o que fazer, subo o degrau indo ao quarto, pego o celular, 6% de bateria. Vasculho a mochila em busca do cartão prateado.



Phoenix         #Jackson Wang#Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum