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Capítulo 1 - Ser que é desprezível

Em trinta e um de outubro de mil novecentos e oitenta e um, completou-se três meses...

Três meses desde que escutou de um de seus subordinados sobre a profecia; três meses desde que descobriu que o casal Potter, junto de seu filho, havia desaparecido.

Dumbledore, possivelmente, estava a pensar que ele iria atrás dos membros daquela família, por isso decidiu os esconder. Isso foi bem exagerado, deve-se ressaltar. Tudo bem, ele não estava totalmente errado, mas, bem, o que ele iria ganhar ao tirar a vida de uma criança que poderia ajudá-lo em sua causa?

Uma criança poderosa o suficiente para o derrotar seria poderosa o suficiente para derrotar e matar Dumbledore.

Ficou feliz, não que fosse admitir em qualquer momento, quanto Peter entrou em seu escritório dizendo algo sobre ele ser o guardião do segredo, isso iria fazer bem.

Sabendo onde estavam, o Lorde Escuro foi até o lugar citado por Pettigrew, com a intenção de sequestrar o 'portador do poder desconhecido'.

Mas acabou por entrar em uma batalha contra Dumbledore. Cortesia de Pettigrew, aquele rato traidor, que, em um ato covarde e medroso, havia contado de seus planos para o diretor. Com essa batalha, em um momento de raiva, o Lorde Escuro lançou a maldição da morte no diretor.

Mas não teve o desejo esperado...

Dumbledore conseguiu desviar e, atrás dele, onde o feitiço de maldição estava seguindo em direção, apareceu um bebê encima de um brinquedo (um brinquedo trouxa que ajuda bebês a andar, ele se lembrava de ter visto um ou outro desses quebrado em algum lugar perto de seu antigo lugar de moradia, Wool's Orphanage). A imperdoável maldição que ele lançou só desapareceu quando se encostou na testa do pequeno bebê.

Um barulho ecoou, a parede teve um pedaço destruído. Viu algo 'invisível' (ele viu que algo havia caído, mesmo que isso 'apagasse' e mostrasse somente a parede) cair encima do bebê, mas ainda o mostrava pela metade.

Voldemort ficou encarando a criança, pasmo. Ela ainda estava viva? Isso não deveria ser minimamente possível.

Pôde perceber outros resquícios de magia, com certeza não eram de seu feitiço. Provavelmente o bebê fez uma mágica acidental, mas conseguir se proteger de um Avada Kedrava é preciso uma magia muito forte, não que alguém já tivesse conseguido esse feito antes, ninguém teve um poder para fazer isso. E ter um bebê capaz desse feito é... o Lorde das Trevas quase poderia se sentir imponente.

Dumbledore aproveitou o momento de devaneios do Lorde para lançar um Bombarda Máxima nele. A explosão que aconteceu não só acertou o Lorde das Trevas, como também a outra criança da casa, que estava há alguns metros dos dois bruxos.

Harry Potter não teve uma infância normal (como os bruxos julgaram), crescendo sobre o mesmo teto que pessoas odiáveis que odeiam magia (como se pudesse dizer isso sem ser magoado), quando se tinha magia, mesmo não sabendo sobre isso, não era bom. Nada bom.

Crescer sobre o mesmo o teto que uma criança mimada não era legal. Pelos passos de Circe, ele era Harry Potter, o garoto que sobreviveu à maldição da morte, ele não deveria ter uma infância melhor? Sem ter que ser espancado por fazer nada; sem ter que ser obrigado a fazer os afazeres domésticos; e sem ter que ser privado de ir para a escola.

Mas ele dava algum jeito para conseguir aguentar esse convívio. Ele era o especial, não as pessoas com quem convive.

Mas tudo piorou quando fez vários quadros de seus anfitriões (se é que podem ser chamados assim) voarem e se partirem ao meio. Não era intencional, mas ele estava irritado com aquelas pessoas. As molduras dos quadros se mexeram sozinhas, não era ele fazendo àquilo. Ele não tinha culpa por isso ter acontecido.

Harry Potter e o Amanhecer do CrepúsculoWhere stories live. Discover now