XXIV

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*.¸ ¸.*Obrigada por lerem! Não esqueçam dos votos e comentários!*.¸ ¸.*

Oi gente, não me batam, tá? Beijos e bom capítulo!


As portas do elevador se abriram. O som era assustadoramente bruto contra o o silêncio da noite e aquilo assustou Louis, o fez pular antes de observar os quartos escuros e vazios diante de si.

Seus sapatos se arrastaram pelo chão quando ele deu um passo para dentro. As sombras nas paredes permaneciam imóveis, os móveis eram frios e rígidos. Estava tão quieto que tudo ficava muito alto.

Ele continuou andando com os olhos firmemente direcionados para frente. Sua pulsação acelerou novamente — se é que ela havia baixado, é claro. 

Ele podia fazer isso, ok? Ele podia. Ele precisava fazer isso. Ele não podia ficar mais um dia com Harry enquanto essa merda estivesse acontecendo.

Ele iria acabar com aquilo. E ele iria acabar com aquilo naquele segundo. 

A luz que saída através das frestas da porta de Liam guiaram o resto do caminho de Louis. Suas mãos estavam pegajosas e ásperas, seus olhos estavam secos pra caralho, mas ele ignorou tudo aquilo quando ele bateu, sua respiração presa em algum lugar no fundo do peito.

Calma, Tommo. Calma.

Ele não esperou a resposta de Liam antes de abrir a porta.

Como esperado, Liam estava dentro do quarto, esparramado em sua cama e segurando o celular com uma mão, olhando para o teto sem realmente ver. O quarto cheirava a maconha, cigarro, meias e chips de cebola.  Era forte.

Ele pulou quando viu Louis, sentando-se imediatamente.

— Tommo?

Louis ficou parado, em silêncio, respirando. Ele estava dolorosamente ciente de seus músculos enquanto Liam o olhava, os olhos passando rapidamente por seu peito.

— Você ganhou uma jaqueta nova — ele observou, quieto.

Louis assentiu, com a cabeça cheia de ar. 

— Harry me deu uma.

Aquilo fez com que os lábios de Liam ficassem franzidos, algo mais sombrio escondendo em suas feições. Houve outro momento de silêncio antes que ele dissesse novamente.

— O que está fazendo aqui...

— Estou cheio.

Liam encarou. Lentamente, ele deslizou o corpo para fora da cama. 

— Está cheio? — ele perguntou cuidadosamente, mas estava claramente confuso, talvez aturdido. Suas sobrancelhas grandes estavam lentamente se juntando, seus movimentos eram cautelosos.

Louis assentiu com a cabeça apenas uma vez, com os olhos nunca piscando ou se afastando do homem que antes ele desejava tão loucamente. Naquele momento, ele não sentia nada. Talvez desprezo, se fosse algo. Ressentimento. Pena, talvez. 

— Estou cheio — ele repetiu, baixo. — Com seus malditos jogos. Estou de saco cheio. O negócio com Harry? Não está acontecendo, Liam. Não está acontecendo há muito tempo. Se é que já aconteceu. Estou de saco cheio.

As palavras eram melódicas, firmes. Elas atravessaram o quarto como um zumbido e cada maldito suspero causava liberdade no peito de Louis, em seus pulmões, na porra da sua consciência e até suas articulações pareciam um pouco menos tensas.

Ele podia fazer aquilo, ele estava fazendo aquilo.

Tudo ficaria bem.

Então ele respirou, inspirando e expirando enquanto os olhos de Liam escureciam, sem ao menos piscar, mas sua cor escurecendo. Seu rosto parecia feito de pedra naquele momento; Louis se perguntou se lhe desse um soco, ele quebraria. Apenas quebraria em pedaços e se espalharia pelo chão.

gods & monsters ➸ portuguese versionWhere stories live. Discover now