9

7K 517 84
                                    

Eu estava desesperada e precisava desabafar com alguém, mas como falar que transei com Miranda Priestly para alguém? Não dar, eu estaria traindo a confiança dela, apesar dela nunca ter pedido para que guardasse segredo sobre isso, aliás, ela nunca fala nada... mas é algo nem precisa ser dito, e eu sei que ela confia em mim...
Então só era eu e eu mesma, eu e o tico e o teco que não grandes coisas.

Depois de procrastinar o resto da tarde e a noite toda, resolvi que iria controlar os meus instintos, eu jamais sairia ilesa disso, já não estou ilesa... -Não transarei mais com a Miranda.- proferi para mim antes de dormir.

Acordei com o mesmo pensamento, decidida a deixar isso para trás, só foi apenas um delírio, nunca aconteceu. 'Andrea Sachs transando com Miranda Priestly? Nem em um mundo paralelo isso seria capaz acontecer'.

Cheguei no edifício Elias Clark como sempre 15 minutos antes de Miranda, arrumei sua mesa, deixei sua água em cima da mesa e quando girei para sair, ela estava entrando, falando ao celular, me olhou dos pés a cabeça e eu? Senti meu corpo vibrar, respirei fundo e cumprimentei com a cabeça e sai.

- Certo Andy, isso vai ser complicado. - Murmurei ao me sentar.

- An-dre-ah!

- Sim Miranda?- questionei ao ir até sua sala com meu bloco de notas em mãos.

- Peça ao Nigel que venha até minha sala, e ligue para James Holt e pergunte se já está tudo pronto.- ela ordenou sem tirar os olhos do computador.

- Sim, Miranda, mais...- Girei nos calcanhares e antes de sair, voltei em direção. - Miranda... sobre ontem.

- Isto é tudo! - Ela balançou a mão.

- Eu ter saído fora do horário, me desculpe. - Insisti em dizer apenas isso e sai quase correndo.

Era isso me doía, porra! Ela gozou em meus dedos, na minha boca e fazia de conta que nada aconteceu. Eu sei que para ela é fácil agir assim, que ela deve está acostumada a agir assim.
Mas eu sou diferente, eu gosto de colocar todos os pingos nos i's, mesmo que ela falasse que era só sexo, eu transaria, mas o importante era deixar tudo as claros.
E não que agisse como se eu fosse uma garota de programa que ela me pegou na beira da esquina, transou e descartou. Eu não faço ideia como foram os outros relacionamento homoafetivo dela, porém, comigo não dar de ser assim, eu sou sentimental demais para uma simples transa sem diálogo. Arg - Onde eu fui me meter? Por que fui me apaixonar por ela? Como eu pude me apaixonar por ela? Ela é uma tirana, uma cretina, uma deliciosa e sensual cretina.

Balancei a cabeça em negação e segui em direção a sala do Nigel.

- Oi! - Proferi sem entusiasmo.

- Olá querida. - Ela disse sem me olhar.

- Miranda quer você lá.

- Que cara é essa, foi atropelada por algum monstro selvagem? - Ela questionou ao me olhar.

- Antes fosse. - Murmurei passando a mão na cabeça. - Beijos. - Ia girando para voltar a minha mesa, mas Nigel me parou.

- Tequila hoje após o trabalho?

Sorri para ele, realmente eu estava precisando, balancei a cabeça em concordância segui para minha mesa para ligar para James Holt, durante todo o dia no trabalho, foi tranquilo, mentira... eu tive que me controlar muitas vezes para não ir atrás da Miranda quando ela entrava no banheiro, ou quando ficávamos a sós, parece que o universo conspira para a gente fazer merda, acredito que Miranda nunca foi tantas vez ao banheiro e Emily não ficou tanto tempi fora como hoje.

Mas eu consegui, eu sou universal, me libertei... por hoje, é claro!

- Deseja mais alguma coisa, Miranda? - Questionei ao notar que já era fim do  expediente.

Miranda colocou a haste do óculos na boca e me olhou tão profundamente que eu senti minha calcinha molhar na mesma hora. Ela balançou a cabeça em negação, ainda me olhando. Eu não sustentei o olhar, é claro, porque senão, eu já estaria sentada em seu colo tentando beijá-la.

- Estou indo, boa noite, Miranda.- Girei e sai o mais rápido e menos desespero que pude.
Peguei minha bolsa e meu casaco e segui em direção a sala do Nigel.
Até cogitei desabafar com ele sobre Miranda, mas não tenho coragem, achei melhor guardar essa loucura comigo e jamais contar para ninguém.

Desejo Latente (Mirandy) Where stories live. Discover now