Capítulo 23: Atmosfera

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POV Millie

Naquela noite um ciclo havia se repetido, nós havíamos repetido a mesma experiência da primeira vez em que eu havia dormido em seu apartamento: Conversamos, rimos, choramos e nos declaramos na mesma intensidade que da primeira vez, seja com palavras, com atos ou olhares, mas havia algo diferente.

Desde aquela primeira noite já sabíamos que precisávamos um do outro, precisávamos daquela intensidade que nos unia, mas tínhamos medo da frequência. De querer demais, de sentir demais. Naquela noite nos amamos em pequenas doses, e nessa havíamos nos entregado para uma total overdose, e ali construímos nosso pequeno infinito de uma atmosfera que só englobava a ele e a mim, nos desligamos do mundo completamente, e estávamos felizes com isso pois pensávamos: Amanhã a gente lida com as consequências.

— Vai tira o sapato, você andou por Nova York com eles e essa cidade é suja pra caralho - ordenou Finn assim que fomos nos deitar em sua cama

— Você não é nem um pouquinho romântico? Era essa hora que você teria que se oferecer pra dormir no sofá por respeito ao meu espaço, você nunca viu um filme? - questiono com sarcasmo em meu timbre

— Os personagens são idiotas, não românticos, a cama é minha, vai você pro sofá - desafiou se deitando mesmo assim

— Ah, é? Tudo bem então - rebato pegando meus sapatos "imundos" e me levantando da cama para ir em direção ao sofá

— Pode ir, você volta que eu sei, meu sofá é minúsculo - conclui o maior por fim, se ajeitando na cama e fechando os olhos

Pior que volto mesmo. Eu apoiava super a ideia de dormir lá só para provocá-lo e ensinar a ele uma lição, mas meu orgulho não era grande o bastante pra trocar um sofá de dois assentos por uma cama enorme que dava à sensação de se estar flutuando, e ele sabia disso, por isso quando retornei discretamente ao quarto soltando meus sapatos em um canto e me deitando ao seu lado, uma risadinha escapou de seus lábios.

— Cala a boca - resmunguei me virando de costas para seu corpo

O cacheado soprou um riso e passou os braços despreocupados por debaixo de meu pescoço, me puxando de solavanco para que eu ficasse próxima o suficiente do mesmo ao ponto de que ele conseguisse encaixar minha cabeça por debaixo de seu queixo. Enrijeci de início em forma de prostesto pois conseguia até mesmo de costas ver que seus lábios estavam curvados em um sorrisinho presunçoso, porém quando senti sua respiração mais pesada e seu toque se afrouxando conclui que ele havia dormido, então me contentei em fazer o mesmo.

Na manhã seguinte nossa atmosfera teria que se romper, pelo menos foi a primeira coisa que eu pensei antes mesmo de abrir os olhos.

— Finn? - chamei ainda de olhos fechados, não sabia se ele estava ali, já que não estava o sentindo por perto

— Meu lindo nome - se pronunciou, e sua voz me parecia mais próxima do que eu pensava

— Aonde você tá? - questiono sem a mínima disposição para abrir os olhos

— No mercado, aqui quem tá falando é seu subconsciente - respondeu entediado

Ao ouvir sua resposta mal feita, finalmente abro os olhos e me viro em sua direção. A imagem que tenho é de sua estatura assentada ao meu lado, deslizando seus dedos despreocupadamente pela tela de seu telefone. Faço o mesmo esperando receber uma dúzia de mensagens vindas de Sadie, já que costumeiramente ela o fazia quando eu ficava muito tempo sem dar notícias.

Supernova |Fillie| • Não Finalizada •Where stories live. Discover now