Capitulo 5: Reciprocidade

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A caminhada até sua casa nem era tão longe, era o caminho que eu fazia pra escola, mais alguns metros até lá

- Então, Lucas... - ele começou, fazendo meu coração acelerar - O que você gosta?

Me pareceu muito uma pergunta inventada na hora

- Fala de um hobbie?

Ele afirmou com a cabeça

- Ah, eu com certeza sou um exemplo de adolescente preguiçoso, eu assisto Netflix, depois vou pro WhatsApp, depois durmo... Essa é a minha vida

- Padrão - disse entre uma risadinha -

- E você?

- Eu? Ah não, não tenho tempo pra isso não

- Porque?

- Chegamos! - cortou o assunto -

Caio parou na frente de uma porta de vidro com grades. O prédio era claramente muito simples, a fachada que um dia fora branca agora é cinza pela poeira, isso porque o branco ainda se mantém em um ou dois pedaços, além das inúmeras rachaduras

Ele abriu, entramos, e o barulho feito pelo portão foi quase ensurdecedor, não tinha nada na entrada, só uma escada

- Pode subir - Disse Caio atrás de mim -

As escadas estavam muito, muito empoeiradas

- Não toque em nada, vai por mim - ele me avisou -

Ao chegarmos na porta de sua casa, Caio abre a porta pra mim com o sorriso mais fofo que já vi

- Bem vindo ao inferno - Brincou -

- VOCÊ DEMOROU! - Escuto um grito vindo da cozinha, alguns segundos depois, uma garotinha pequena, negra, de cabelos presos em coques duplos. A menina claramente se assustou com minha presença - Quem é você?

Impossível, o Caio, tem uma filha?

- Clara, esse é o Lucas, meu colega de sala. Lucas, esse demônio é a minha irmã

IRMÃ, GRAÇAS AOS CÉUS, É SÓ A IRMÃ!!!

- Olha, Clarinha, o seu irmão pode ser um chato...

- Como é???

- Mas tudo bem, eu brinco com você sempre que quiser

- Você quer mesmo brincar comigo?

- É claro que sim!

Ok, pode falar, eu sou um gênio. Afinal, que melhor jeito de chegar no boy do que se aproximando da família dele?

- Vamos, temos que começar a trabalhar

Ele pegou na minha mão e novamente, meu coração acelerou. Caio me puxou até seu quarto e girou a chave que o trancava

- Não repara na bagunça não

Entramos, e caramba, é bem difícil não reparar na bagunça desse quarto

- Fica à vontade

Coloquei minha mochila no chão e ele foi atrás da dele. Enquanto pegava seus cadernos, Caio dava rápidas olhadinhas pra mim, com aquele sorriso dele...

Ele sabe como me intimidar, ele sabe o que penso dele, mas o que ele quer de mim? Debochar de mim me seduzindo pra me fazer de piada?

- Vamos? - Disse tirando a camisa sorrindo -

É, ele está me provocando, sabe o que eu quero, isso me dá ódio, ele sabe, claro que sabe

Mantive o máximo do meu foco e dedicação pra não me distrair com ele garoto me provocando. Caio foi fazendo a pesquisa, enquanto eu o texto

Apague a luzWhere stories live. Discover now