Eu amo você

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"O-oi..." Cumprimentou a garota, com seu tom inseguro.

"Por que você não tá na aula?"

"Hum?" Ele não sabia o que responder. Como falar de uma menira que não soe estranha? Afinal, dizer: "Eu não fui porque você não tava lá, e sinceramente só vou a escola pra te ver", parecia tão errado.

"Ah... então... eu" Peter olhava para os lados, forçando um sorriso para não mostrar que ele simplesmente não sabia o que dizer.

Michelle só o encarou, arqueando a sombrancelha, e então cruzando os braços

Peter então se rendeu, abaixando a cabeça e finalmente dizendo.

"Porque você não tá lá."

O silêncio acabou dominando, Michelle ficou surpresa e confusa, olhando para Peter e tentando não demonstrar que não sabia o que fazer.

"Hum..." Ela quebrou o silêncio, apertando os lábios e afirmando com a cabeça. "Quer... entrar?" Perguntou com insegurança.

Peter estava paralizado, mas conseguiu, com dificuldade, responder afirmativamente.

O clima era estranho entre eles, ambos confusos e não sabendo bem o que dizer ou fazer.

Michelle caminhou atrás dele, o encarando e tentando raciocinar.

"É..." Peter olhou pra trás, com sua coragem voltando.

"Sim?" Michelle o instigou a falar, mas só o fez vacilar, e então ele sorriu, abaixando os ombros e soltando o ar que prendia.

"Nada" riu, olhando pro chão. Michelle o acompanhou com um olhar de ternura, era confuso, mas era como se ao mesmo tempo que eles soubessem o que estava acontecendo, também não sabiam.

"Quer companhia?" Peter perguntou, tentando mudar o clima estranho.

Michelle afirmou com a cabeça, e se encolhendo um pouco. Já havia ficado sozinha com Peter em casa antes, mas agora tudo parecia... diferente. E ela não tinha ideia do porquê.

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Peter e Michelle jogaram alguns jogos e conversaram bastante durantes os dois primeiros dias de suspensão. Eles rapidamente superaram o clima tenso que havia se instalado.

Peter se sentia um covarde por simplesmente não conseguir dizer o que sentia, mesmo sabendo que as chances de os sentimentos serem recipocros eram de 99,9%. O 0,09% era o que o assustava, a miníma possibilidade de perder a amizade de Michelle, que ele tanto demorou pra conquistar, era o que ele mais temia. Ela era um benção para ele, como amiga, como namorada, como qualquer coisa, desde que ela estivesse ali, com ele, sorrindo com ele, convivendo com ele, sendo feliz ao lado dele.

Peter se consolava dizendo que um dia ele falar o que sentia, talvez amanhã, ou depois de amanhã, mas esse dia ia chegar.

Enquanto Michelle não tinha ideia nenhuma de que seus sentimentos verdadeiros haviam sido realmente expostos, ela agia de maneira livre, tentando esconder de sua expressão toda vez que seu coração palpitava quando via Peter. Cada risada, cada pequeno empurrão que ela dava só para toca-la, tudo isso a fazia feliz, apesar de a cada dia sua vontade de ter mais só crescia, poder abraça-lo, poder beija-lo, ela só queria mais e mais. Ela iria fazer algo sobre isso, iria falar como se sentia ainda, só não hoje, só não amanhã...

Mas agora, eles estavam sentados no quintal da casa de Michelle, tomando refrigerante, sentindo o ar fresco da noite, e vendo as estrelas do céu escuro.

Never Be The SameOnde histórias criam vida. Descubra agora