The Ruby-Rose Heart - O Coração Rubro-Roseo

O Coração Rubro-Roseo

Sean corria desesperadamente pelas vielas escuras de um mundo envolto em escuridão. Tudo ali era cinza e ele sabia muito bem onde estava. Não havia muito o que pensar pois sabia estar em algum lugar do mundo espiritual. Como havia ido parar ali ele não sabia, mas sabia que o que quer que acontecesse, não deveria largar aquela pedra de jeito nenhum, era poderosa demais para cair em mãos erradas... Ou o que quer que fosse segurar aquilo.

Em suas mãos, cintilava uma pedra esculpida e entalhada em forma de coração. Parecia rósea com veios avermelhados. Ele podia sentir, se prestasse atenção, o pulsar energético mesmo que fraco daquele item mágico. E também sentia que algo muito poderoso o estava caçando por esse mundo.

Sean havia tentado inúmeras vezes, mas suas tentativas de sair dali foram todas em vão. Nenhum truque conhecido havia funcionado, nenhum efeito mágico surtia efeito para que ele pudesse abrir um novo portal de volta pra realidade de onde havia saído. Mesmo com o poder de sua varinha, herança de seu poderoso avô, ou sua espada que já o ajudara inúmeras vezes a combater espíritos malignos. Nada parecia surtir efeito.

- Maldita criatura! Está me mantendo aqui por puro capricho. Pelo visto não vou ter outra alternativa senão enfrentá-la, ou jamais conseguirei sair daqui. balbuciou para si mesmo.

Ele parou de correr, respirou fundo e deu risada, ainda se lembrando das antigas palavras de seu avô, agora seu avatar e mentor.

- "Você pensa que respira ar aqui seu tolo, tudo isso é uma percepção, tudo isso é a realidade moldada de acordo com o seu pensamento, com as suas crenças".

Shamael tinha razão, ele ainda era um tolo. Saiu correndo e entrou no portal sem se preocupar com Maya ou qualquer outra pessoa que havia ficado para trás. Apenas pensou que havia de recuperar o Coração Rubro-Róseo a todo custo e assim saltou na armadilha mais perigosa que já enfrentou... Sozinho. Sua impulsividade sempre acabava em várias enrascadas, algum dia, seria a última.

Descobriu assim que passou pelo portal que algo estava errado, e agora sabia mais ainda que sua força estava sendo drenada, e se isso continuasse por muito tempo, logo estaria sem quintessência nenhuma. Estar sem poder na umbra, é estar morto, fora o que havia aprendido. Sua única esperança estava dentro de seu punho fechado e ele tinha que pensar rápido.

- APAREÇA! Eu sei que vc pode me ver, me ouvir, e pode até se manifestar diante de mim, criatura do mal.

De um dos muros próximos de onde ele se encontrava, uma sombra se moveu e tomou forma. Era uma sombra do mesmo tamanho de Sean, mas parecia ser composta por pura escuridão. A sombra estendeu a mão como se estivesse pedindo pelo objeto mágico, nenhuma palavra foi dita.

- O portal. Eu quero um portal para voltar para o Colégio Hermético. Eu sei que vc pode abrir um, e eu não vou te entregar nada sem ter a segurança de sair daqui são e salvo.

- Você não tem poder de barganha, homem. Você está morrendo. Tudo o que eu preciso é esperar pacientemente até você virar cinzas, e então o Coração será meu.

O maldito tinha razão, ele já estava condenado de qualquer forma e nenhuma cartada havia restado em sua manga. Apenas sua varinha, sua espada, e seu ímpeto restavam. Então ele teve uma idéia, a mais tola de todas, mas obviamente, Sean Lorenzo sempre foi regido por idéias tolas.

- Se vc não vai me tirar daqui, então não vai ter pedra nenhuma.

Rapidamente colocou a pedra no chão, e estava prestes a quebrar o cristal com o punho de sua espada, quando um som agudo e ensurdecedor quase estourou seus tímpanos.

- Pare humano. Nossa existência depende dessa joia. Você não faz idéia do que está prestes a fazer, estúpido.

Quando levantou novamente sua cabeça, Sean tinha as suas costas um portal para o pateo do colégio hermético de Nova York. Ele olhou seriamente para a criatura a sua frente, apontou a espada para aquilo e disse, corajosamente: "Eu vou voltar, pode esperar por isso..."

Deixando a pedra no chão. Ele saltou pelo portal o mais rapido que pode, antes que a criatura mudasse de idéia. A frustração doia em seu peito, e era quase insuportavel. Mas ele estava ali, novamente em território conhecido, caido de costas no chão segurando sua varinha e sua espada e com lagrimas nos olhos.