NARRAÇÃO ALEXANDRE
Já não aguento mais fazer exames e ficar nessa merda de quarto sem ter noticias de Manuela. A porta do quarto se abre e Paulo surge.
- Conseguiu alguma notícia?
- Sim! Srta. Vargas esta nesse mesmo corredor, quarto 347.
Tiro a coberta das minhas pernas e saio da cama.
- Onde vai, senhor?
- Falar com a Manuela.
Antes de passar pela porta, paro e olho para ele.
- Como ela esta?
- Os médicos disseram que bem, apenas desidratada.
Respiro aliviado e quando passo pela porta, Paulo segura meu braço bom.
- Senhor...
Volto a olhar pra ele.
- Ouvi conversas de que ela não esta falando. Esta calada desde que foi resgatada.
Fecho meus olhos puto comigo mesmo, por saber bem que o motivo sou eu. Essa mania de explodir sem antes conversar só fode a minha vida. Saio do quarto em busca do dela. Olho as placas e finalmente encontro o quarto. Vejo se tem alguém olhando e abro a porta com calma. Entro e fecho a porta sem fazer barulho. Vejo-a deitada, de costas para mim e de frente para a janela que traz uma chuva fraca lá fora. Ando com calma até Manuela, que não se mexe. Dou a volta na cama e vejo que dorme. Me aproximo e vejo uma cadeira. Puxo-a para perto da cama com cuidado e me sento. Observo seu rosto e meu peito aperta. Seu nariz esta vermelho de tanto chorar. Posso ver o travesseiro molhado por suas lágrimas. Acho que a ferida que causei nela é maior do que eu imaginava. Ergo minha mão e tiro um pouco de cabelo que cai sobre seus olhos. Sinto a necessidade de toca-la. Acaricio seu rosto com cuidado, sentindo sua pele gelada. Vejo seus olhos se abrirem, mas não paro de toca-la. Preciso me desculpar pelas acusações e a forma grosseira que falei com ela. Seus olhos se conectam aos meus e por um minuto posso ver a dor dentro deles. Isso me sufoca e fecho meus olhos.
- Manu...
- Não me chame de Manu.
Sua voz é quase um sussurro.
- Só me escuta.
- Sai daqui...
- Por favor...
- Sai daqui...
Grita saindo da cama, fugindo de mim. A porta do quarto se abre e sei que tenho pouco tempo.
- Eu preciso conversar com você.
- Tirem ele daqui.
Pede as duas pessoas que entram.
- Manu, não faz isso.
- Não me chama de Manu.
Seu grito me trava e paro de andar.
- Chega Vieira! Tudo que aconteceu morreu com aquela ilha.
Não... Não pode ter morrido. Dou um passo para frente e ela recua.
- Já pedi para sair, esquece que eu existo. Esquece meu nome.
A forma como me olha... nunca me olhou assim.
- Me esquece.
- É melhor você sair.
A mulher pega meu braço e vai me guiando para fora do quarto.
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LOUCO AMOR (DEGUSTAÇÃO)
RomanceSegunda Temporada de Ódio e Desejo. Como será o destino de Manuela e Alexandre? Vão aceitar essa paixão avassaladora?