Capítulo 13

412 133 154
                                    

Daniele narrando

Minha cabeça lateja fortemente que sinto vontade de morrer, faço massagem em minhas têmporas, abro os meus olhos devagar, quando eles se acostumam com a claridade me sento na cama, olho ao redor. Como eu vim parar aqui? Só me lembro de... Estar na cozinha, bebendo água e depois um líquido vermelho e...  sangue... Nego com a cabeça, devo ter desmaiado de novo

Me levanto e vou ao banheiro, paro em frente da pia e me olho no espelho. Estou bem pálida, olho minhas roupas e percebo que não estou com a mesma roupa de ontem, estranho, o que aconteceu?

Retiro minha roupa e tomo um banho frio, sinto meu corpo bem mais frio que o normal. A uma semana atrás isso tudo aconteceu, bebi água e quando acordei estava no meu quarto, com outra roupa e tudo. Depois disso tudo minha mãe me proibia de sair de casa, e ela me dava um chá estranho com um cheiro ruim

Depois do banho, saio e coloco uma regata preta e um short preto, amarro meus cabelos em um rabo de cavalo e desço. Caminho passando minhas unhas na parede do corredor fazendo um barulhinho estranho. Olho para a parede vendo cinco dedos, só que um pouco maiores, como se estivessem sido furados por garras. Eu nunca vi isso antes, devo ter passado distraída.
Continuo meu caminho para a sala de jantar, onde encontro todos já sentados

__bom dia __ eles me olham parecendo se assustarem __ o que foi? __ pergunto arqueando uma sombraselha

__ nao te vimos chegar __ diz me olhando estranha

__mas vocês sempre sabem quando estou chegando __ digo pegando dois pães dentro da cesta

__parece que não mais __ diz em um sussurro mais eu ouço

Deixo isso pra lá, essa família é muito estranha parece estarem me esconder algo. Olho pra André que brincava com seus biscoitos no prato, ele parecia pensativo, até de mais, achei até estranho ele não ter ido me acordar hoje, já que ele sempre faz isso

Olho para a mesa e percebo que o tio Alberto não estava presente, quando vou perguntar por ele o vejo entrar na sala

__ É, parece que o gado da Albertina foi morto e... __ ele percebe a minha presença __ Dani? Nem te vi aí, como vai?

__ bem... __ digo estranhando o seu comportamento __ você disse que o gado foi morto? Como? __ todos suspiraram aliviados

__ela não lembra __ diz baixo mas ouço

__não lembro de quê? __ eles me olham assustados __ vocês estão bem?

__ estamos é que... __ ela procura palavras para falar, isso já está me irritando

__Ontem , um lobo apareceu e matou o gado, pensamos que você tinha visto __ disse a Mirian

__e porquê eu veria? Eu estava dormindo __ pergunto os olhando

__É...

__Ele entrou no seu quarto __ o olho surpresa

__ como? Um lobo entrou no meu quarto? __ todos assentem __ como?

__ não fazemos ideia __ diz o tio Alberto e se senta do lado da minha tia, todos trocam olhares

__tá vocês estão ficando loucos __ me levanto __ vou na floresta __ eles assentem como se não me quisessem alí

Subo para meu quarto e pego um livro. Qual é o problema dessa família? Saio e corro para a floresta perdida em meus pensamentos, assim que chego a cachoeira me sento embaixo da árvore

Porque eu sinto que eles estão me escondendo algo? É porque eles estão escondendo algo claro. Como eu fui parar no meu quarto ontem? Eu estava na cozinha, é simplesmente impossível isso, a menos que eu tenha desmaiado. Cadê as minhas roupas? Porquê eles trocaram minha roupa? Isso não faz sentido. E como um lobo entraria no meu quarto? Eu sempre deixo a porta fechada, será que foi pela janela? Meio impossível já que a casa tem três andares e meu quarto está no terceiro. Isso não tem coerência

A híbrida Where stories live. Discover now