Capítulo 05

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Nós fizemos sexo durante a noite inteira, e apesar de saber que as consequências desse ato serão devidamente cobradas mais tarde assim que ela cruzar a porta daquele escritório e voltar a ser uma verdadeira megera, eu não cabia em mim de tanta fel...

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Nós fizemos sexo durante a noite inteira, e apesar de saber que as consequências desse ato serão devidamente cobradas mais tarde assim que ela cruzar a porta daquele escritório e voltar a ser uma verdadeira megera, eu não cabia em mim de tanta felicidade. Acontece que no meio daquele jogo estúpido que não passava de uma desculpa para bebermos e criarmos coragem de tomar uma atitude de verdade, Natasha mostrou uma face desconhecida por mim, aquela em que ela não passa de uma pessoa com medo de se machucar.

Foi por isso, e também porque aquela provavelmente seria nossa primeira e última noite juntos, que adorei cada pedaço daquela mulher como ela devidamente merecia, estava bêbado, mas não sou estúpido. Natasha Romanoff é uma deusa, e merece ser tratada como tal, então eu, um mero mortal inebriado por sua beleza e pela tequila, não podia fazer outra coisa se não aproveitar o momento e mostrar que posso ser útil para que a mesma não me matasse depois.

Eram quatro e meia da manhã quando caímos exaustos um ao lado do outro, nós transamos em cada canto desse apartamento, menos no quarto onde as meninas estavam e no outro que deve ser o da Hill lógico, e formávamos uma dupla muito boa nisso, assim como no trabalho.

- Eu odeio você – Nat fala ainda com a respiração entrecortada, ao virar-me para encará-la a mesma mantem um sorriso mínimo nos lábios – Só para deixar claro.

- Não se preocupe, eu também te odeio – a forma como ela mordia o próprio lábio indicava que estava tentando segurar a risada e isso me divertia – Só para você não ficar mal acostumada.

Dessa vez o som da sua gargalhada se faz presente no ambiente, observava-a rindo e logo percebi que estava fazendo o mesmo. Aquela mulher ia ser a minha perdição, pode anotar o que estou dizendo.

- Você deveria ir agora – a mesma sussurra depois de um tempo, estávamos deitados de lado nos encarando – E nem pense em faltar ao trabalho por conta da ressaca, ou juro que te mato.

- Okay – sussurrei de volta – mas posso chegar atrasado?

- Só hoje, e se contar para alguém o que aconteceu aqui... – a interrompo antes de ela terminar a frase

- Você me mata – inclino-me para deixar um beijo em sua cabeça, pegando-a de surpresa.

Levanto da cama e começo a me vestir, aproveitando para olhar ao redor e observar seu quarto pela primeira vez. Sentia os olhos verdes queimando em minha direção, principalmente conforme andava pelo cômodo pegando as roupas espalhadas que pertenciam a mim.

O quarto de Natasha continha uma estante enorme de livros que ocupava a maior parte do espaço, alguns volumes estavam em russo, como pude observar brevemente, estiquei minha mão para tocá-los e antes que concretizasse meu desejo a voz gélida vinda da cama ordenou que não fizesse isso. Levanto as mãos no ar em sinal de rendição e continuo minha exploração, de forma mais discreta, tinha fotos espalhadas por todo canto, mas o que mais chamava atenção era o delicado par de sapatilhas de ballet sobre a escrivaninha. Agora que parei para analisar, percebi a presença de uma barra em uma parte da parede junta de um espelho que ia praticamente até o teto.

- Você dança? – a pergunta me escapa antes que possa evita-la e me arrependo no momento em que vejo seu sorriso sumir, ela tinha voltado a ser a megera de sempre. Na verdade aquele olhar era novo, pela primeira vez em todos esses anos que a conheço realmente achei que Natasha pudesse me matar naquele momento.

- Falei sério quando disse que você deveria ir embora Rogers – ela levanta da cama sem importar-se com o fato de estar completamente nua, eu também não me importaria se não achasse que morreria a qualquer momento – Isso tudo foi um erro e nunca mais vai se repetir.

Antes que possa argumentar a ruiva me empurra para fora do quarto e bate a porta com força, escuto o barulho de algo quebrando e tenho a sensação de que acabei de liberar um demônio, um que me atormentaria durante um bom tempo se não desse o jeito de exorcizá-lo.

Juro que queria abrir a porta e conferir se estava tudo bem, me desculpar mesmo sem saber o porquê, mas ir embora era uma forma de ajuda-la também já que Nat parecia querer ficar sozinha. Certo? De um jeito ou de outro, pego Cassie nos braços com todo o cuidado do mundo para não acordá-la e chamo um táxi, apesar de estar lúcido, ainda sentia os efeitos do álcool no meu corpo, incluindo uma dor de cabeça desgraçada.

Quando chego ao meu apartamento, quer dizer meu e do meu melhor amigo Bucky, ponho Cassie na cama dele, já que aparentemente meu amigo também não dormiu em casa. Pelo menos um de nós não tinha sido enxotado quatro meia da manhã, bufo com o pensamento indo colocar comida para meu cachorro que latia esfomeado, pelo menos Cass tinha o mesmo sono pesado do pai.

- É amigão o dia foi de bom para péssimo em um estalar de dedos – acaricio a cabeça dele enquanto Dodger encarava-me como se pudesse entender, mas sou completamente ignorado quando ponho a comida a seu alcance – Bon Appetit!

Já estava indo em direção ao banheiro quando escuto a porta da frente bater, e por isso volto para a sala. Escoro na parede com os braços cruzados enquanto observo Bucky colocar o casaco no gancho atrás da porta bufando de raiva, talvez a noite não tivesse sido tão boa para o famoso Don Juan afinal.

- Noite longa? – ele pula de susto, levando a mão ao coração – Parece que um caminhão passou por cima de você. O que aconteceu?

- Olha quem fala, pela sua cara é obvio que bebeu a noite toda, e não sei por que tá feliz assim, a Romanoff vai arrancar suas bolas se faltar – reviro os olhos indo atrás dele na cozinha - Para de me encarar, não vou dizer como foi minha noite.

- Jesus Buchanan! – rio da careta que ele faz ao ouvir o próprio nome – O que você aprontou? Matou alguém por acaso?

- Para de me chamar assim, e claro que não matei ninguém, se bem que poderia facilmente considerar a ideia em relação ao Sam – não era novidade que meus dois melhores amigos viviam brigando – Onde diabos estão os analgésicos dessa casa?

Vou até o armário onde guardávamos a caixa de primeiros socorros junto com alguns remédios, pego dois comprimidos já que minha cabeça latejava também, duas garrafas de tequila não é exatamente fácil de lidar no dia seguinte. Sabia que ele não iria dar o braço a torcer para contar o que aconteceu durante a noite, então depois de avisar que Cassie está dormindo em seu quarto vou tomar meu banho.

Debaixo do chuveiro a água quente alivia a pequena ardência em minhas costas, Natasha tinha unhas afiadas e tenho os vergões para provar. Lembrar-me dela faz pensar na noite que tivemos, foi totalmente inesperada e iria agradecer a Cassie Lang e Morgan Stark eternamente, entretanto, queria poder entender a reação desta manhã, só fiz uma pergunta inocente afinal de contas. Será que era um segredo? Ninguém poderia saber que ela dança? O que era?

Solto resmungos e palavras desconexas, tamanha era minha frustração. Tento analisar melhor as coisas, desde o momento em que os belíssimos olhos verdes encontraram os meus ao sentar em meu colo, até o momento em que demos diversos passos atrás com Natasha me expulsando de seu quarto.

 Tento analisar melhor as coisas, desde o momento em que os belíssimos olhos verdes encontraram os meus ao sentar em meu colo, até o momento em que demos diversos passos atrás com Natasha me expulsando de seu quarto

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