Future Fight - Projeto Escarlate

6 - Missão Coletores

No dia seguinte enquanto terminava de me arrumar, percebo Kiro. O garoto estava dormindo ainda, e falava algo em tom baixo. Isso me fez pensar em que tipo de sonhos tinha os robôs. Aproximei meu rosto ao dele para observar o que ele conversava, aquilo não deixava de ser engraçado. Ele acordou assustado ao ver meu rosto tão perto do dele o que fez ele se afastar um pouco e perguntar:

— O que foi menina?
— Você fala dormindo! É engraçado. Vamos logo, já tomei banho e estou quase pronta. Você tem sono pesado, eu derrubei pelo menos umas três vezes essa droga de broche antes de conseguir colocar ele direito, e ainda sim tá frouxo. - Falei bem frustrada com aquilo.

Quando ele se levantou, me ajudou a colocar o broche direito, indo em seguida para o banheiro se arrumar.

— Ah... Obrigada! - Agradeci nervosa.

Enquanto ele estava no banheiro termino de colocar meu uniforme indo para frente do espelho. Fiquei ali encarando meu reflexo por um tempo, por fim ajeitei meu cabelo da forma que sempre fazia, porém, decidi deixar as orelhas visíveis. Não demorou muito até Kiro sair já fardado do banheiro.

— Estou pronto vai se maquiar ainda ou já podemos ir? - Falou como sempre naquele tom idiota de brincadeira.
— Eu não uso maquiagem idiota, Ainda mais para sair em missão! – Reclamo pegando meu casaco e colocando o mesmo.

Ele dá um sorriso e evita comentários. Saímos do dormitório juntos, indo para o hangar onde pegaríamos nossa primeira missão.

Ao chegar no Hangar, entramos no elevador com mais alguns soldados, vários que estiveram conosco no teste de admissão, incluindo Phil, um amigo de Kiro. Sentia meu coração acelerado assim que entrei no elevador, era um barulho alto de correntes e engrenagens bem gastas pelo tempo. A medida que subia o ar ficava mais quente e seco por conta do calor que fazia do lado de fora. Meu corpo estremeceu por completo assim que vi as portas se abrindo revelando a luz forte da aurora solar. O local era bem diferente do interior do fosso, era a traseira destruída de uma nave de guerra. Tinha cercas elétricas ao redor da nave e alguns soldados indo de um lado ao outro. Tinha grandes caixas espalhadas por cada extremidade, onde ficavam as armas e outros suprimentos e claro, os veículos que iam e vinham do lado de fora. Era grande a quantidade de soldados presentes, os guardas de plantão, atentos à entrada e a tudo que se passava ali. No meio de tantos rostos, tanto novos como familiares, um se destacava. Era o de Juliana, nossa encarregada e a pessoa que deveríamos encontrar.

— E aí Ju! Que óculos bonito, combina com seus olhos. – Ele diz no seu tom safado habitual. — Qual a primeira missão?
Reviro os olhos enquanto vejo Juliana se virando para o nós e dar um sorriso aberto tirando os óculos. Ela nos cumprimenta, mas eu, mostrando desprezo, fechei a cara quando ela me cumprimentou.

— Essa aí acordou do lado errado da cama? – Ela fala para Kiro quando não a cumprimento.
— Não sou fã de apertos de mão. Você sabe, germes. - Falei enquanto revirei os olhos.
— Que seja. Kiro, já que agora você não está mais como um ajudante e sim soldado já sabe pra onde vou te mandar né? Missão de coleta. - Juliana disse aquilo, rindo ao ver Kiro comemorando e em seguida lhe entregando dois mini chips

Pelo que sabia, Kiro foi aprendiz dela e do seu irmão Philip. Por isso eles tinham essa intimidade, que para mim era só irritante. Nunca gostei de quem tem os ditos “favoritos”, num lugar como este, ela deveria ser imparcial e indiferente a qualquer um de nós. Juliana saia várias vezes em missões de campo com seu irmão e levava Kiro como suporte.

— Aqui! – Juliana continua. — Nesse chip está localizada a área que irão cobrir, só peço que estejam atentos. Antigamente essa floresta era uma área de acampamento, ou seja, muitos suprimentos, porém também um alto risco. Quase perdi um pelotão naquele lugar.
— Você quase perdeu um pelotão e vai mandar somente duas pessoas para lá? E se quase perdeu um pelotão naquele lugar, porque raios ainda tem suprimentos la? Não era para terem trazido o maior número possível recursos? Pelotão mais inútil esse. – Perguntei a ela de uma forma retórica e com certa ironia no tom de voz.