Capítulo 3

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— Pode ir, Ggukie, já chego lá – falou o rapaz de voz mais grave.

Nisso os passos se aproximavam do menor que se encolhia cada vez mais ali, envergonhado. Sabia que não podia evitar o moreno para sempre, mas queria ter conseguido por mais tempo.

— Jimin? – o maior o chamou.

O platinado se virou para o outro, mas não arrumou coragem para encará-lo.

— Oi, Taehyung – respondeu quase num sussurro.

— Jimin, está tudo bem? – quis saber o moreno.

— Eu... Me sinto tão envergonhado. Me desculpe por tudo aquilo que eu disse – falou tudo rápido demais.

— Está mesmo preocupado com isso? Que bobagem, Park. Todo mundo fala bobagem quando bebe. Não se preocupe não incomodou de modo algum... Muito pelo contrário.

As últimas palavras fizeram Jimin encarar o maior confuso.

— O que quer dizer com isso? – quis saber o platinado.

— Eu quis dizer que adoraria beber com você outra hora. Ou talvez só sair com você, sem bebida alguma... Tanto faz – o moreno sorriu ao ver a expressão de surpresa do outro. – Tenho que ir, a gente se vê?

Taehyung começou a andar de costas ainda encarando o menor esperando uma resposta.

— Eh... Claro – respondeu Jimin dando um pequeno sorriso.

Mas o moreno não economizou em seu sorriso retangular, mostrando seu contentamento em ouvir a resposta do outro. O maior não sabia o que, mas alguma coisa o atraia para o outro rapaz, nunca tinha sido contido em nada na sua vida, e essa não seria a primeira vez, ia simplesmente se deixar levar em direção a ele sem se conter também. Ainda com o grande sorriso entrou na porta que dava nos fundos e sumiu.

O sorriso do platinado dobrou de tamanho enquanto raciocinava sobre tudo aquilo. Ele tinha gostado de estar com ele, e queria poder estar de novo. Era melhor do que ele desejara.

— É pelo jeito não foi só você que gostou dele – Jimin ouviu e deu um pulo de susto, fazendo a avó, que estava ali, rir.

— Nossa, vovó! Que susto! – reclamou o mais novo.

— Conseguiu pegar tudo ou ficou distraído demais com o rapaz? – a avó falou o olhando um tanto irônica.

— Falta pouca coisa – resmungou o garoto dando as costas para a mulher e continuou a pegar as coisas.

A senhora só balançou a cabeça e foi ajudar o garoto, não demoraram a conseguir tudo. Dessa vez a Sra. Park pagou pela compra e eles logo seguiram de volta para a casa da velha senhora. Lá Jimin ajudou a avó a fazer algumas coisas gostosas para eles e depois foi ajudá-la a colher as verduras para o jantar.

No outro dia ele também estava atarefado aguando a horta e se livrando de ervas daninhas, enquanto a avó cuidava do jardim. Ali, sentado em baixo de uma árvore para fugir um pouco do sol, Jimin sentiu uma paz. Nem ao menos se lembrava da última vez que tinha se sentido assim antes. Os sons da natureza e a brisa fresca fazia com que o rapaz não quisesse nunca mais ser tirado daquele lugar. Se lembrou de uma música que sua avó costumava cantar para ele quando criança e começou a cantar, encostando a cabeça na árvore e fechando os olhos. Fazia tanto tempo que não sentia vontade de cantar como naquele momento, então só o fez.

Quando voltou a abrir os olhos viu a avó ali na porta da cozinha o olhando com um sorriso tão bonito que Jimin sentiu a alma se aquecer, era isso que queria pra si, conseguir colocar aquele sorriso no rosto das pessoas. Só que quando pensava bem sobre seus últimos anos não conseguia ver nada disso. Nada de brilho nos olhos, nada de sorriso bonitos e sinceros. Suspirou pesado, Hoseok-hyung tinha toda razão, precisava muito repensar o que vinha fazendo de sua vida.

Best Of Me - Vmin - KTh + PJmWhere stories live. Discover now