capítulo 03

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Entao eu o vi, o garoto se virou e vi um par de olhos brancos, inteiramente brancos, com pequeno tom azulado ele era cego! Fiquei surpreso.

-Luísa, onde esteve? Fiquei preocupado.

Ele respirou fortemente sentido o meu perfume, e sua cabeça se voltou para mim.

-Quem está com você? E um homem?

Luísa parou no lugar me encarrou e respondeu.

-Sim, aqui tem um homem que me ajudou, eu estive detida e ele me tirou de lá.

E passou as mãos pelos cabelos em um tom caramelo.
-Este é o delegado, ele me acompanhou até aqui.

O garoto se virou para direção de onde eu estava e estendeu mão, como se me enxergasse.

Peguei sua mão e o cumprimentei.

-Prazer. Delegado Hiago Bastos, da polícia cível.

O rosto do menino se iluminou por completo em admiração, como se nunca tivesse estado com alguém que tivesse alguma importância.

-Nicolas Charles, nossa! O prazer é todo meu. Sério? Achei que a Luísa estava brincando.
Ele se desviou de mim e olhou em minha direção, mas não me olhava diretamente, parecia que via minha alma ao invés de mim.

-Minha irmã fez o que desta vez? Eu deveria saber que tinha aprontado alguma, ela nunca demoraria tanto, sei de nossa necessidade mais ela poderia ter piorado ainda mais tudo.

Falou para mim mais com os olhos totalmente perdidos.

-Acho então que você já deve imaginar, o de sempre, mas tenho certeza que depois de hoje ela não irá voltar para lá.

Ele se volto para o outro lado do pequeno cômodo, e só então reparei como o lugar era.
Tinha uma minúscula TV em cima de um banco, bem antiga, deveria ter só 20 polegadas, um colchão velho jogado ao chão, forrado com um lençol verde. Um armário bem no meio do que deveria ser a sala, atrás desse armário ficava um fogão de 4 bocas, uma geladeira velha marrom tipo bolinha, que me fazia lembrava uma que mãe já teve, e uma parede de tijolos sem embolso que imaginei ser o banheiro, algumas caixas uma sobre a outra no canto, uma mesa de madeira entre o armário e o fogão. Novamente uma parede feita por móvel, deveria ser um guarda roupa, mais estava com uma cortina amarrada na lateral que ia até a parede de tijolos que tampava toda a visão do outro lado, imaginei ser o quarto deles.

-Novamente roubando, já falei para ela doutor que não precisa ficar roubando, pois, todo dia eu consigo um dinheiro e trago para ela comprar alguma coisa, mais ela não escuta!

Luísa estava na "cozinha" arrumando algumas coisas no fogão, já tinha posto água ferver e buscava algo em baixo da mesa, então percebi que ali era um tipo de armário.

-E eu já falei que não quero você na rua pedindo dinheiro! Vai prejudi...

Ela nem terminou o menino tomou a palavra.

-Não tenho mais em que ser prejudicado, Luísa Charles. É melhor que ser presa por roubar, além do mais. Senhor Hiago, ela é muito teimosa, já tenho 16 anos quase 17 sou quase um adulto não sou? Mais ela continua me tratando como se não passasse dos 7.

Falou ele indignado.

-Sim, quase um adulto Nicolas. Bem Luísa, eu já sei o que você vai fazer para me agradecer.

Rapidamente ela veio para minúscula sala com uma garrafa em uma das mãos e equilibrado três copos de vidro na outra.

-Quer um pouco de café?

Bastos  (Entre o amor e a Lei). Pausado Por Tempo indeterminado.Where stories live. Discover now