Dong-sun

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Sabadou com mais um capítulo.

Espero que gostem.

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Talvez ele tivesse sido muito duro com Soyeon. Dong-sun havia sido justo com ela? Não sabia. Tudo que sabia era que seu peito doía e que mal conseguia dormir.

As olheiras abaixo de seus olhos eram a prova.

Ele olhou para as flores que podava. Tudo ali lhe lembrava ela. As árvores, o lago, a grama, o céu. Tudo.

Dong-sun ficou em pé. Desde o dia da briga não a viu mais, e isso era estranho. Talvez ela simplesmente não quisesse mais o ver, e bem, ele não a culparia. Podia ao menos ter deixado-a se explicar, mas a mágoa havia falado mais alto naquela hora.

O dia estava nublado, e ele podia prever a chuva que iria vir. Até o céu sentia-se triste. Ele respirou fundo, decidindo fazer uma pausa para o almoço.

Após ter pego sua refeição, caminhou até a árvore a qual estava acostumado e se sentou ali, se obrigando a comer mesmo que não estivesse com tanta fome.

Viu uma garota se aproximar dele, praticamente correndo.

- Você é o jardineiro? - ela perguntou assim que chegou até Dong-sun, que assentiu. - Olhe, eu sou amiga de Da-som, Sohyun.

Ele franziu o cenho.

- Da-som?

Sohyun ficou calada por um tempo.

- Ah, você não sabe! Da-som é o verdadeiro nome da garota com quem você de encontrava.

Dong-sun arregalou os olhos e ficou assim apenas por alguns segundos.
Da-som era um nome mais bonito que Soyeon, ele admitia.

- O que quer? - ele indagou curioso.

- Eu sei que vocês se desentenderam, mas não é justo você não ouvir o lado dela. - Ela desviou o olhar dele e estalou a língua. - Tome. - Ela o entregou um envelope.

- O que é isso? - Ele abriu o mesmo, vendo uma folha dobrada. Assim que a abriu descobriu ser uma carta.

- É de Da-som. Por favor, leia o mais rápido possível. Não passe dessa noite.

Antes que ele pudesse falar algo, Sohyun se afastou e andou de volta para a casa.

Ele a observou desaparecer em meio aos outros empregados, sem coragem para ler o que quer que Da-som tivesse escrito.

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Sim, ele estava com medo. A coragem aparentemente o tinha abandonado assim que recebeu a carta.

O que Da-som escrevera? Talvez fosse um pedido de desculpas. Ou algo que ele temia: palavras que machucassem seu coração.

Quando ela disse que o amava, Dong-sun não soube o que fazer, e se sentiu como uma criança por um instante. E mesmo assim havia sido duro demais.

Ele a amava, não tinha dúvidas quanto isso. Mas sempre teve medo.

Lembrou-se de quando conversou com ela, de quando Da-som disse que se amasse alguém não teria medo de se declarar. Ele a invejou por aquela coragem que ela possuía, porque ele era apenas um covarde.

Sob a luz do luar, naquela noite seu coração falhou algumas batidas, e ele quase caiu no chão de choque. Nunca pensou que ela o amasse da mesma forma que Dong-sun a amava.

Ele parou de andar de um lado para o outro e olhou para o envelope branco sobre a pequena mesa de madeira, e então olhou pela janela. Era noite.

Recordou-se das palavras da amiga de Da-som. "Leia o mais rápido possível. Não passe dessa noite". Isso o tinha deixado curioso e receoso.

Dong-sun sentou-se a mesa e pegou a carta, a abrindo e começando a ler as palavras de Da-som.

" Dong-sun, nunca escrevi uma carta então me perdoe caso esta não pareça uma.

Sei que menti para você, e talvez eu não mereça seu perdão, mas sei que você merece uma explicação.
Meu nome é Im Da-som, filha mais velha do dono da casa, seu chefe. Entretanto, ninguém sabe que eu existo.

Nasci com um único propósito: morrer.
Eu nunca saí de casa, o mais longe que fui foi o jardim, e graças a isso te conheci.

No início, fiquei com medo de que contasse aos empregados sobre mim, e se tivesse feito isso teriam me descoberto. Mas você não fez, e eu o agradeci silenciosamente por isso.
Era bom pensar em você como um amigo. Alguém que me afastava da solidão, da tristeza e da morte. Nunca me senti tão feliz como quando estávamos juntos.

Não sei quando me apaixonei por você. Talvez tenha sido na noite em que me fez cair no lago e após rir ficou preocupado e tentou me ajudar. Ou talvez tenha sido na noite em que sentamos e você pegou um vagalume. Só sei que te amo.

Dong-sun eu amo você, sempre que penso em você sinto um sorriso ser estampado em meu rosto e um calor dominar minhas bochechas. Sinto minhas pernas bambas e meu coração palpitar mais rápido.

Serei morta na noite de ano novo lunar. Peço perdão por tudo, e peço que não fique triste.

Nunca poderíamos ter sido felizes, mas foi bom fingir, por alguns minutos, que isso era possível.

Eu amo você. Mas não peço que pense em mim, porque isso o magoará.

Obrigada Dong-sun.

Serei seu vagalume.

Não chore, a menos que seja
de felicidade.

- Da-som."

Aquilo não poderia ser real. Morrer?! Da-som não estava falando sério. Isso era impossível.

Dong-sun piscou para afastar as lágrimas, que molharam o papel branco. Ele amassou a carta e a jogou longe, soluçando.

Seu peito doía como nunca. Sentia falta de ar. Ele olhou para o relógio velho de sua pequena casa, vendo que estava próximo a meia noite. O ano novo se aproximava.

Ouviu um barulho fora de sua casa e automaticamente olhou pela janela, vendo que agora chovia fortemente.
Não. Ele não a deixaria morrer. Ela não poderia.

Dong-sun se levantou e caminhou rapidamente até a porta, a abrindo e saindo, sem se importar com as inúmeras gotas de chuva que o atingiam.

Sua casa ficava um pouco distante da de Da-som, mas mesmo assim ele não desistiria.

Ele salvaria Da-som.

                                    ⏸

Até o próximo e penúltimo cap!😊

Edelvais Where stories live. Discover now