Introdução

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Convidamos todos os amigos de Adri para estarem nessa compilação, amigos do Projeto ou não. São todos mais que bem-vindos a participarem dessa homenagem. Apenas nos mande uma mensagem direta.

A morte. Pode se pensar nela como um portal. Da primeira vez que se atravessa, muda boa parte de suas convicções. Pode te deixar mais forte a ponto de ficar mais propenso a cuidar daqueles ao seu redor, cuidar de si, se esforçar mais e viver mais intensamente. Mas como poderia, algo que deveria deixá-lo mais forte, ao mesmo tempo mais sensível? Conheço pessoas que tiveram de passar por esse portal, rasgar esse véu velado e ainda assim conhecido, tantas vezes que ao mesmo estando mais fortes, tornaram-se mais sensíveis pelas perdas. Será que estamos errados ao achar que força e sensibilidade, não poderiam andar de mãos dadas?

Nunca andei de mãos dadas com Adriana. Se eu tivesse um palpite de quantos quilômetros nos separaram durante o momento que nos conhecemos até o momento que descobri que a tinha perdido, eu erraria. De modo algum isso me importunava, Adri e eu temos em comum não nos importar com barreiras, seja ela a barreira que criam do físico para com o virtual ou a barreira por escrever o essencial mesmo quando os versos saem rasgados da alma.

A conheci em um grupo de poetas. Grupo de mensagens. Por mais que eu odeie grupo por ter muita fala, tinha ali muitos amigos e poetas tão queridos, quais eu admirava tanto a escrita quanto seus comentários em meus poemas. Desde o começo, Adriana era sempre comunicativa, sempre carinhosa, sempre curiosa, sempre esforçada e sempre companheira. Uma coisa que nos fez aproximar, é o fato de eu falar pouco e escrever muito, amava quando ela falava, puxava uma conversa ou mostrava um escrito, eu nem precisava me esforçar para manter a conversa, simplesmente fluía.

Adriana sempre mostrou muito amor e carinho pela sua família, isso é algo a se levar em conta quando somos tão estimuladas a falar de livros, rascunhos, notícias da mídia, assuntos casuais e afins. Era bonito ver o quanto ela dedicava por eles, isso se percebia muito em seus posts no instagram. É triste pensar no quanto sentimos por demorar saber sobre sua partida, teríamos feito desde o começo, tudo para amenizar aqueles que tiveram quase a vida toda, a presença dela. Sabemos agora, por meio dessa obra, queremos mostrar o quanto ela fora amável.

Era igualmente uma escritora e poeta incrível - não me pergunte a diferença das características - e dava gosto ver o quanto ela encantava as pessoas que liam suas obras. Sempre trocando de capa e revisando, como um afago a aqueles que se aventurassem a ler versos tão fortes, sejam tristes ou românticos. Tinha por natureza e capacidade, uma sensibilidade tamanha, mesmo em comentários.

Dizem que nada é insubstituível, realmente, a dor da perda será dissolvida e substituída, pelo contentamento de saber o que Adri fez em nossas vidas, guardar e classificar cada momento, para assim, deixar o coração mais leve. Como diria Kate Bush "esses momentos dados, são um presente do tempo", momentos que compartilhamos juntos, que hão de alimentar o vazio que fica, vazio que também podemos preencher com orações, poesia e carinho a aqueles que compartilham a mesma dor. Continuando a música "apenas nos deixe tentar, devolver esses momentos, para aqueles que amamos"

Sem dúvidas, Adriana deixou um rastro de carinho e versos para seguirmos. Seremos eternamente gratos por isso

Homenagens Para AdrianaOnde histórias criam vida. Descubra agora