Prólogo

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24 de junho de 1995. Little Hangleton.

     
Quando o mundo parou de girar, Harry se viu jogado no chão. Ele caiu dolorosamente na perna machucada, reprimindo um gemido enquanto rolava de costas. Seus olhos tremularam quando ele focou no céu acima dele, observando o céu azul e o ligeiro punhado de nuvens brancas e macias enquanto tentava não vomitar.

Ele virou a cabeça para o lado e franziu a testa. Eles obviamente não estavam nem perto de Hogwarts agora. Até as montanhas que geralmente cercavam o castelo estavam fora de vista. Harry estava deitado no chão no meio de um cemitério escuro e cheio de mato. 

Havia uma colina à esquerda dele, e ele mal conseguia distinguir a forma de uma casa lá. Uma igreja estava à direita dele, longe o suficiente para que ele não ousasse correr até ela.

Ele estava sozinho - ou quase - Ao lado dele, Cedric Diggory fez um barulho excitado.

Cedric tinha dezessete anos e, apesar de ser mais velho que Harry, estava girando em círculos rindo. "Nós vencemos, Potter!" Ele disse, olhando para o garoto no chão. "Nós ganhamos!"

Ele era alto e tinha cabelos loiros. Seus olhos cinzentos brilhavam em seu rosto bonito quando ele se virou para sorrir para Harry.

"Onde estamos?" Harry sussurrou. Ele tinha uma ideia do que estava acontecendo, é claro que sim. Evan não teria arriscado sua segurança de qualquer maneira, e isso incluía informar a Harry qualquer plano maligno que o Lorde das Trevas estivesse realizando.

Ele sabia que algo estava acontecendo, naquele momento, enquanto eles falavam, mas ele queria saber onde estava também.

Cedric parou de repente. Ele puxou a varinha de dentro do manto e apontou para a frente. " Devemos usar as varinhas, suponho?" Sua mão livre estava apertando o tecido preto e amarelo de sua túnica esportiva, nervosamente.

Harry o observou com curiosidade. O adolescente decidiu que era estranho como os humanos podiam mudar de uma emoção para outra tão repentinamente. Cada sorriso, seguido de uma careta, seguido de outro sorriso era uma metamorfose própria: como mudar de uma lagarta para uma borboleta. Cada vez, parando para descansar em um novo casulo.

Harry era um casulo, a propósito.

Pelo canto dos olhos, o Corvinal viu um homem baixo e podre esgueirando-se na direção deles. Em um braço, o homem carregava um embrulho preto, e a outra mão estendia a varinha reta, apontada para Cedric. Harry pensou em avisar o outro garoto, mas ele não queria estragar os planos do Lorde das Trevas. 

Ele mordeu o lábio inferior, pensando. O ligeiro momento em que ele poderia ter salvo a vida do outro garoto passou, e Harry viu a luz verde engolir a vida do outro Campeão  Tribruxo. Ele havia tomado a decisão certa deixando isso acontecer.

Harry não era como as outras crianças. Ele não se importava com o certo e o errado, ou com a magia em preto e branco. Harry acreditava no poder. Ou você era forte para procurá-lo, ou fraco demais para sequer desejá-lo, e assim procurava manter-se próximo dos poderosos e se aproveitar deles.

Peter Pettigrew não era poderoso, mas era leal ao Lorde das Trevas. Foi por essa razão que Harry não atacou o homem no instante em que suas mãos caíram sobre os ombros de Harry.

"Incarcerous!" Pettigrew gritou, empurrando Harry para trás ao mesmo tempo. O adolescente sorriu levemente. Obviamente, este Comensal da Morte não estava a par dos segredos do Lorde das Trevas.

Butterfly 🦋Where stories live. Discover now