Capítulo 4

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27 de maio de 1986. Little Whinging Primary School.

Harry não conseguia se lembrar da última vez que ele correu tão rápido. Ele podia ouvi-los atrás dele, todos os cinco diminuindo a distância entre eles. 

Ele sabia que precisava correr mais rápido, mas não achava que podia. Como ele poderia ir mais rápido quando sentia que seus pulmões estavam prestes a estourar e suas pernas estivessem se transformado em geléia? Harry sabia que não podia deixá-los pegá-lo.

Dudley esteve doente por três dias com gripe, e sem dúvida todos os seus amigos pensaram que a culpa era de Harry. Eles o culpavam por tudo por conta de sua aberração, tanto em casa quanto na escola.

Tia Petúnia se recusou a alimentá-lo até Dudley melhorar novamente.

Felizmente para Harry, dois meses depois de começar a escola, ele descobriu que a comida na cantina era grátis. O Sr. Grange foi gentil o suficiente para trazer um prato de comida para a biblioteca para Harry, depois da quinta vez que ele o pegou escondido lá em vez de ir para a cantina. 

Ele não se importava de não comer em casa, quando podia comer o quanto quisesse na escola.

"Ali está ele!" Danny Smith gritou.

Andy Young deu um 'grito' e acelerou. "Pegue ele!" Ele disse.

Harry deu um grito suave, forçando-se a se mover mais rápido. Ele precisava correr, correr e correr. Talvez ele pudesse correr todo o caminho para casa, e ele e Evan pudessem fugir juntos? Ele balançou a cabeça, afastando os pensamentos que o distraíam e correu para se esconder atrás das caixas industriais de rodas. Talvez eles não o vissem?

"Eu acho que a pequena aberração está se escondendo." Jason Higgins cuspiu.

"Saia, pequena aberração, saia." Piers Polkiss zombou. "Nós só queremos brincar com você."

"Eu o vejo", disse Liam West com um sorriso. Ele agarrou a lateral da lixeira e tentou puxá-la para longe da parede. Harry se colocou entre a parede e a lixeira, sabendo que nenhum dos outros meninos era pequeno o suficiente para caber. 

"Ajude-me."

Harry fechou os olhos com força, tensionou as pernas e se preparou para começar a correr novamente. A lixeira se afastou dele. 

"Peguei ele!" Alguém gritou quando Harry se adiantou, os olhos ainda fechados. Ele caiu.

"Para onde ele foi?" Alguém perguntou, confuso.

Harry abriu os olhos e abafou um suspiro. Ele estava no telhado do prédio, deitado no chão, tropeçando em uma escada que o zelador havia deixado ali. Como ele chegou aqui? Ele sorriu, as mãos pressionadas sobre a boca para parar de rir. 

Os outros nunca seriam capazes de subir aqui. Ele estava seguro. Tudo o que ele tinha que fazer era esperar que eles partissem e descer em segurança.

Quando os meninos se foram, Harry espiou por cima da borda do telhado e ofegou. Ele não tinha percebido que estava tão alto. Como ele chegou aqui, afinal? E como ele iria voltar?

Ele estava pendurado na lateral do prédio, sem saber se deveria se deixar cair, ou subir de novo e continuar esperando, quando seu professor de matemática passou.

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