CAPÍTULO 14

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O LAGO DAS ÁGUAS MÍSTICAS

Narrador Onisciente

A garota das rosas parou de andar e olhou para Derick que vinha logo atrás.

- Fique paradinho. Bem aqui. - Ordenou.

- Aonde você vai?

Ela o encarou.

- Preciso de silêncio agora e se você não calar a boca eu vou te matar. Entendeu?

- Não vai, não vai não. Sabe porquê?

Rose cruzou os braços em cima do vestido e revirou os olhos.

- Você não pode me matar, não faz parte da sua maldição ou sei lá o quê. E tem que me levar até o seu pai. Então definitivamente você não vai me matar.

- Tem razão - ela fez uma pausa, tirou do vestido a antiga faca que era dele e a apontou para seu queixo - Mas posso machucá-lo. O que acha disso Derick arqueiro de Cursed?

Ele a encarou por um segundo e usou a mão para afastar aquele objeto antes que - sem querer - cortasse o seu pescoço.

- Isso não será necessário, Rose.

A garota bufou quando ele disse o nome dela.

- Você é muito irritante.

Derick ficou em pé observando a garota das rosas conversar fluidamente com uma árvore. Ele não ficou perto dela, pois tinha medo de ser atacado em algum momento. Então, ficou encostado em outra árvore onde fosse possível observá-la de costas. Entretanto, naquele silêncio algo estranho chamou a atenção do príncipe. Uma voz conhecida vinha de algum lugar por ali, talvez depois de algumas árvores bem atrás dele. Derick tentou ignorar, mas não queria perder a chance de dar um susto na garota das rosas e fazê-la pensar que ele fugiu.

Ele esperou pelo som daquela voz novamente e aí foi seguindo, seguindo devagarinho. Passou por um arbusto, ouviu os galhos finos quebrando conforme pisava no chão, olhou para o céu onde viu o céu azul e o sol escaldante. Ele acabou percebendo que quanto mais chegava perto daquela voz conhecida mais as árvores a sua volta ficavam bonitas, cheias de flores e folhas verdes. Ficou preocupado um pouco e parou para refletir se valia a pena continuar, afinal Rose o avisou que aquela floresta poderia enganar um humano facilmente e por obra do destino - brincalhão e irônico - ele era um mundano.

Seus olhos moviam-se para todos os lados, procurando por um motivo para prosseguir e foi assim que ele viu a dona daquela voz sair detrás de uma das árvores bonitas. Era sua adorável mãe.

Derick levou um susto e isso deixou-o petrificado. Como ela o encontrou?

- Achei que estivesse morto meu filho - Disse ela há exatamente um metro dele.

- Mãe? - Olhou dentro dos olhos azuis da mulher que te deu a vida - É você mesmo?

Ela afirmou que sim, balançando a cabeça.

- Você não deveria ter entrado sozinho nessa floresta, Erick. Agora precisamos ir antes que a garota apareça.

- Ir? - Ele perguntou ainda em choque.

Derick olhou para trás para ter certeza de que Rose não estivesse ali, em algum lugar prestes a atacá-los.

- O que foi, filho?

Pela primeira vez desde que entrou naquela floresta e passou alguns dias preso com Rose, ele começou a pensar nela como alguém especial, talvez ele não quisesse deixá-la presa na floresta também ou ele só quisesse saber o motivo de não ter morrido como os outros que encontraram as rosas. Derick sentiu vontade de continuar a jornada, mesmo que sentisse saudade do castelo e de seus amigos, inclusive da sua melhor amiga. Derick pensou que o motivo de ainda estar vivo era porquê tinha um destino, algo bem maior que ele, algo maior que ser um rei como seu pai. Ele queria quebrar as regras como sempre havia quebrado e Rose poderia ajudá-lo, isso era uma coisa que ninguém havia feito por ele.

A Garota Das RosasWhere stories live. Discover now