Corações Destroçados

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"Me diga que serei seu porto,
que serei sua
tocha no meio da escuridão,
que serei seu bote salva
vidas no meio do oceano...
Diga me todas as palavras que
poder por favor me dê
cada uma delas e me
deixe conhecer tua alma."

"

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Emma

Dante me olhava e esperava, mas em seus olhos estavam... Tristeza?
Eu não sabia dizer, eu só queria lhe dar isso, lhe dar as palavras não ditas, lhe dar a sinceridade que eu presava, lhe entregar meu coração implorando que ele não o destroçasse no processo.

Ainda em seus braços as palavras saíram da minha boca enquanto meus olhos fecharam.

- Todas as noites eram ruins, eu odiava respirar e sentir toques, mamãe dizia que era coisa da minha cabecinha infantil mas eu estava certa.

Então as lembranças regadas de lágrimas vieram, o pavor que eu sentia no passado me agarrando, o frio que fazia todas as noites envolvendo meu coração.

As vezes em que seus amigos me tocavam, as vezes em que eu implorava para irmos em bora... A vez em que fugia na noite e Ricardo me achou e eu o ataquei, por medo.
Tudo veio fresco na minha mente, tudo veio rápido de mais eu quebrei com as memórias obscuras.

Passado

- Emma querida, seja uma boa menina, nos precisamos do dinheiro, mamãe não pode ficar sem seus remédios especiais meu bebê.

Eu estava assustada, mamãe estava na minha cama penteando meus cabelos, a escova velha machucava meu couro cabeludo e eu lutava para não chorar pedindo que parasse ela não gostava quando eu era fraca, não tolerava lágrimas.

- mamãe, eu não quero!

Então o puxão no meu cabelo veio forte, ela não gostava quando eu implorava...

- não seja uma menina má! Faca tudo Emma! Não me desaponte!

Então me largou, jogando minha cabeça para o colchão velho, ela saiu rápido do quarto com a escova de estrelinhas na mão, eu odiava meu cabelo, se ele não fosse tão longo ela não precisaria pentear ele, então na minha ingenuidade levantei exitante e fui calmamente ao banheiro velho, a torneira desgastada pingava todo o dia na pia preta de sujeira, o espelho estava rachado nas extremidades. A cerâmicas do chão estavam soltas, o barulho sempre me denuciava.
Então subi no banco que ficava embaixo da pia e peguei a tesoura grande, me encarei e pensei no que ela poderia fazer comigo caso eu cortasse os cabelos, mas nada de extremo me veio a cabeça... Levei a tesoura a mexa separada de cabelo e tuf, foi um pedaço. Lembro de ter adorado o barulho que fez então continuei.

TENHA-ME - LIVRO 1 Concluído!Where stories live. Discover now