5.Nostalgia e Intriga

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Luan


- Você precisa ir mesmo agora ? - Pergunto segurando a mão da Nicole em frente ao seu carro.

- Infelizmente sim, minha mãe mandou uma mensagem dizendo que precisava conversar comigo sobre algum assunto sério - Responde ela revirando os olhos.

- Tudo bem então, vai resolver os seus assuntos e depois me promete que vamos terminar o que mal começamos lá no quarto - Digo com malícia.

- Eu não tenho culpa da sua mãe ter entrado no quarto quando estávamos indo para a cama - Diz ela rindo.

- Coitada, ficou toda sem graça quando viu você no meu colo - Digo rindo também.

- Tudo bem, vou pensar em um lugar que não sejamos interrompidos - Diz ela me puxando para um beijo.

Depois do beijo ela entra no carro e acelera para longe, volto para casa e assim que passo pela minha mãe escuto uma risada baixa e não deixo de rir também, confesso que não ligaria, mas transar com a Nicole ali com a minha mãe em casa não seria muito seguro já que a minha porta não tranca.

Além do mais, ela é a segunda garota que me faz querer ter algo especial na primeira vez juntos, a outra não gosto de lembrar muito já que depois foi um dos maiores sofrimentos da minha adolescência, desde então foi apenas sexo casual.

- Caralho pivete, você está pegando aquela novinha mesmo - Diz o Vitor entrando no meu quarto e se jogando na cama. - Ela tem um carrão, me ensina a fazer o que você fez

- Foi a maior coincidência da minha vida cara - Digo contando os detalhes a ele, até sobre a festa.

- Na próxima festa você tem que me levar - Diz ele jogando o travesseiro em mim. - A maconha desses playboys deve ser muito boa

- Foi uma das melhores que eu já provei - Digo e ele sorri animado. - Natural, bem melhor que essa prensada maluca que vendem aqui

- Por falar nisso - Diz ele coçando a cabeça. - Sabe que tem um novo comando no tráfico daqui, então eles estão recrutando e um conhecido meu me chamou pra vender

- Você não é nem maluco de aceitar, tá vendo bicho é porra - Digo olhando para ele com seriedade. - Pega a visão véi, você tem 18 anos Vitor, isso só vai fazer te prejudicar

- Sim, mas ainda estou no 2° ano do ensino médio, dependendo da minha mãe e tenho muita vontade de comprar uma moto véi - Diz ele olhando para o teto.

- Espera acabar irmão, arranja um trampo e compra sua moto, vai por mim, isso é o melhor - Digo e ele me olha com indecisão. - Sei que essa vida é muito atrativa, o dinheiro fácil, as garotas daqui que já gostam de um traficante, mas papo reto, você só vai fazer é acabar com sua vida e a tia não merece isso

- Pode deixar, vou tirar isso da cabeça - Diz ele e não sinto verdade na sua voz.

Mudamos de assunto, ele volta a falar de como a Nicole é bonita e quando vai falar do corpo dela dou um soco no seu braço que faz ele gemer de dor, mas rindo da minha reação, passamos o final da noite ali conversando besteiras.

O Vitor mesmo sendo meu primo, sempre tratei ele como irmão mais novo, crescemos juntos e mesmo com algumas brigas típicas de família nunca deixamos de proteger um ao outro, então saber desse pensamento dele de se envolver no tráfico me deixa muito incomodado.

Espero que não passe de uma idéia maluca, isso mexeu tanto comigo que fui dormir pensando sobre o assunto.

Acordo cedo para a faculdade, mas recebo a notícia de última hora de que hoje não haverá aula para mim, agradeço por essa mensagem ter sido enviada antes de sair, então tenho o dia todo livre.

Era uma vez em SalvadorWhere stories live. Discover now