Capítulo 68

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O filme acabou por volta das 22h e eu festejei silenciosamente. Isso porque ela havia resolvido ver um filme comigo usando aquele maravilhoso creme de amêndoas e ficando agarrada em mim durante todo o tempo. Quando deixei clara minha evidente falta de interesse na tv e minha total atenção nela, fui advertido de que ficaríamos na sala de vídeo exclusivamente para assistir um filme, já que eu não queria nenhuma "comemoração" pelo meu aniversário. Mas eu sabia que ela não seria assim tão cruel, e que me daria o que eu queria no final daquela noite.

Por isso tive que aguentar pacientemente aquelas duas horas com Lili grudada em mim, vestindo nada além de uma camisa social minha (já devidamente roubada) e uma calcinha branca, alegando que "já que eu vou ficar em casa, vou ficar à vontade". Mas eu sabia que ela estava fazendo aquilo de propósito, por isso me mantive firme.

- É... - Comecei me espreguiçando enquanto as letras subiam na tela. Ela estava esparramada entre as minhas pernas, imitando meu ato.

- Gostou do filme? - Ela perguntou, se virando um pouco e esfregando o rosto no meu peito.

- Não. Foi uma merda.

Ela riu com vontade, se pondo de pé e falando:

- Pelo menos tínhamos um balde de pipoca.

- É. - Comecei, me pondo de pé também - Pelo menos até você estragar cobrindo com maionese.

Ela pegou uma almofada do chão e tacou em mim, saindo da sala logo em seguida.

- Eu estou grávida! Meus desejos têm que ser atendidos.

Rebati o travesseiro para o lado, gargalhando da cara dela enquanto a seguia para o corredor.

- Contanto que você não invente de comer tijolo ou nada desse tipo... Ei, vai aonde? - Perguntei, vendo-a caminhar na direção das escadas - Nosso quarto é pra lá.

- Vai indo. Eu vou dar um pulinho na cozinha, pra pegar um copo d'água.

- Eu pego pra você.

- Não, eu vou. - Ela insistiu, me segurando pelo braço e me impedindo de caminhar - Eu volto em um minuto.

Lili começou a descer os degraus calmamente, me deixando lá todo confuso.

- Você está com as pantufas? - Gritei para que ela me escutasse já do andar de baixo.

- Estou!

Caminhei para o quarto sem pressa, chegando lá e me enfiando debaixo dos lençóis. Achei sua atitude estranha, mas tudo bem. Quando ela voltasse, eu exigiria minha recompensa por ter sido um marido controlado durante toda aquela merda de filme.

Quando ela entrou no quarto outra vez, trazia uma pequena vasilha nas mãos, coberta por um pano de prato.

- Que isso? - Perguntei já curioso.

- Pode me fazer um favor? - Ela disse, ignorando minha pergunta - Pode ir lá no banheiro pegar uma toalha?

Pensei em perguntar o motivo, mas desisti logo. Fazer o que ela queria me traria explicações mais rápido do que perguntá-la o que ela estava tramando. Por isso fiz o que ela pediu, entregando-lhe a toalha dobrada.

- Estenda na cama. - Ela pediu.

- Vai me dizer o que você está tramando?

- Quanto mais rápido você for, mais rápido vai saber.

Suspirei, outra vez obedecendo-a. Lili deixou a vasilha coberta no criado mudo quando a toalha estava devidamente aberta no colchão, e pediu para que eu me deitasse nela.

De Repente, Amor| Sprousehart (√)Onde histórias criam vida. Descubra agora