ONDE ESTARÁ ELE?

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"Á alguns anos, o meu pai deixou-nos sem dizer uma palavra. Eu e a minha mãe, pensávamos que que ele havia desaparecido até que um dia um agente policial nos informou que ele havia comprado um bilhete de avião com destinação ao Brasil.
Nos últimos dias que ele havia passado connosco, ele tomava bastantes medicamentos de todas as formas e feitios, ele tinha ficado agressivo. Ele já não fazia os seus discursos na universidade, já não comprava presentes para a minha mãe, já não me levava à escola...ele chorava, bastante, onde ninguém era capaz de o observar. A minha mãe fazia lhe algumas perguntas e ele usava o facto de trabalhar muito como desculpa. Ele vinha tarde para casa e saía cedo de manhã. Nós havíamos perdido a nossa estabilidade.

Um ano mais tarde, quando eu e a minha mãe tentávamos refazer a nossa vida aos poucos, um agente policial bateu à nossa porta. Ele falou com a minha mãe em privado. Lembro-me de a ver sair do escritório a chorar, com uma velha agenda castanha. O agente saiu atrás dela e disse lhe para ela ter coragem, sorriu para mim com aquele sorriso de pena amargo e partiu. Soube pela minha mãe nessa mesma noite que o meu pai havia cometido suicídio alguns dias antes. Ele não tinha dito nada a ninguém et só havia deixado aquela velha agenda castanha que a minha mãe segurava. Não tive coragem de a ler. Estava completamente em choque. Foi então que a minha mãe a guardou numa gaveta qualquer, como se ela a pode-se ocultar ou fazer desaparecer o inexplicável."

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⏰ Last updated: Apr 28, 2020 ⏰

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A Sombra NegraWhere stories live. Discover now