O encontro

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 Já escureceu, as luzes dos postes foram acesas, e os faróis dos carros continuam passando rapidamente a minha frente. Estou à deriva entre a vida e a morte, não paro de pensar em como minha vida está sem significado e como tudo se tornou um completo vazio. Quando estou prestes a dar meu passo para a morte escuto um barulho vindo de trás, o que será que poderia ser?

 Assustada, me viro devagar, não vejo nada, olhando mais atentamente vejo uma poça de sangue no chão.

 Quem estaria sangrando?

 Deveria chamar uma ambulância?

 Respirei fundo, limpei meus olhos ainda molhados, e vi adiante atrás de uma árvore uma pelugem radiante dourada levemente com tons avermelhado.

 Neste instante, tinha até esquecido que estava prestes a desaparecer deste mundo. Me aproximei lentamente. Era uma raposa, a raposa mais linda que eu já vi, mas por que estaria tão ferida... Sem ao menos hesitar, com meus conhecimentos na área de medicina veterinária, rasguei um pedaço da minha blusa e fiz pressão para estancar o sangue, a raposa estava tão machucada que nem se movia, mas ainda estava respirando, um grande alívio. Como já era tarde e nessa região não havia nenhuma clínica que tratasse animais, decidi confiar em mim mesma. Corri a caminho de casa com a raposa em meus braços sob uma chuva serena.

 Chegando em casa, tirei rapidamente meus sapatos e coloquei delicadamente a raposa no chão. Como estudo veterinária havia materiais de prontidão, além do meu kit de primeiros socorros. Primeiro, analisei seus ferimentos, tinha alguns cortes, uns profundos, outros não, com isso precisava costurá-los, preparei a agulha e a bandagem. Olhei para ela com um olhar profundo e sério, e disse:

- Irei salvá-la, irei curá-la! Eu prometo... Pelo menos essa promessa irei cumprir...

 Após muito esforço havia terminado. Nessa hora só fiquei pensando o quão era bom ter conhecimento sobre essa área e o quanto estava feliz por poder ajudá-la. Assim, a calmaria veio e percebi que a casa estava toda molhada, e eu, ensopada, comecei a rir, quem diria que iria rir em um momento como esse, sinto que foi o sentimento de orgulho que o trouxe.

 Peguei um pano e enxuguei o chão, e assim que terminei fui olhar se a raposa estava bem, e então fui tomar um banho quente.

 Neste momento, tudo o que havia passado do dia de hoje, toda a tristeza e sentimentos escuros, que até poderiam ter levado a minha morte, foram preenchidos por essa bela raposa.

Ame no HaruWhere stories live. Discover now