Photography - a origem

462 34 8
                                    



No meio da tarde, sozinha, em um parque escuro e solitário havia uma garota tirando fotos para um trabalho de faculdade. Essa garota se chamava Nanda. A jovem gostava de tirar fotos, tinha 19 anos e havia começado a faculdade de fotografia há 1 ano e meio, que era sua paixão desde pequena. Pra ela, quando uma foto era tirada era como se as pessoas pudessem ser eternas, como se fosse uma forma de imortalizar algo. Nanda usava uma Polaroid antiga de seu avô, pois ela gostava de ver as fotos serem impressas instantaneamente. Após tirar as fotografias, se sentou em um tronco de uma árvore morta e começou a vê-las... Mas quando chegou na terceira foto percebeu que algo estava errado, podia ver alguma coisa no fundo da imagem que não estava lá no momento em que foi tirada. Há cada fotografia que se passava, a criatura chegava mais perto e mais perto... Até que desapareceu. Nanda começou a sentir medo, com a sensação que a criatura estava atrás dela, mas a mesma não conseguia se mover, nem mesmo piscar, ela estava completamente paralisada pelo medo. Em estado de choque, começou a ouvir um barulho de estática, que gradativamente ficava cada vez mais alta, até que de repente... Tudo ficou preto.
  Nanda acordou em uma cabana abandonada no meio da noite, não entendia como havia parado ali. Se sentia enjoada e com dores de cabeça fortes, mas aquele lugar era estranhamente familiar. Era uma casa de poucos cômodos, de madeira escura e com uma pequena lareira de pedras. Pena que estava tudo caindo aos pedaços naquela cabana... Nanda então se levanta e começa a andar pela floresta, procurando uma saída. 1 hora depois ela achou o lugar em estava mais cedo, suas coisas ainda estavam lá, as pegou e foi para a casa de sua amiga. Sabia que seus pais não iriam abrir a porta pra ela, pois tinham medo de quem batia na porta nesses horários, poderiam ser bandidos quem sabe? E também porque dormiam muito cedo e sua amiga costumava passar a madrugada acordada estudando.
Julie estava em seu quarto estudando para a prova de biologia que iria ter amanhã, ela queria ser biomédica no futuro, mas quando estava prestes a desligar seu computador, escutou uma batida fraca na janela. A garota não ligou muito e continuou o que estava fazendo... De novo aquele barulho, só que agora acompanhado por uma voz fraca que chamava seu nome. Ela estava com muito medo, pegou seu celular e começou a discar para a polícia, mas quando tirou as cortinas para ver o que estava fazendo o barulho... Entrou em estado de pânico ao ver sua melhor amiga completamente suja de terra e algo que parecia sangue escuro saindo de sua boca. Desligou o celular e foi correndo abrir a janela para sua amiga entrar, tentar entender o que estava acontecendo. Mas quando Nanda entrou, a mesma desmaiou de cansaço. Julie sem saber o que fazer colocou sua amiga em cima da cama e a deixou dormir, ao contrário de Julie que ficou a noite inteira acordada observando a amiga até cair no sono.
  Algumas horas depois Nanda acorda e percebe sua amiga dormindo em uma cadeira à sua frente. Decidiu deixá-la dormir mais um pouco e foi para o banheiro pra tomar um banho, pois viu que sua amiga havia deixado uma toalha ao lada dela. Quando a mesma se olhou no espelho do banheiro, quase caiu no chão por causa do susto que levou. Ela começou a se olhar no espelho com expressão de preocupação, pensando no que havia acontecido na noite passada.

O porquê de estar tão suja

Йой! Нажаль, це зображення не відповідає нашим правилам. Щоб продовжити публікацію, будь ласка, видаліть його або завантажте інше.

O porquê de estar tão suja... O que era aquilo em seu rosto e por que não se lembrava de nada do que havia acontecido? Até que se lembrou que quando era pequena ela ia sonâmbula para a floresta e voltava toda suja, porém, por que isso voltou agora? Nanda ouviu uma batida na porta:
— Hey Nanda, me dá suas roupas pra eu lavar!  — Ouviu uma voz abafada do lado de fora.
— Ok! Já tô indo.
Quando percebeu que era apenas sua amiga sentiu um alívio... Ela lhe deu as roupas e foi direto pro banho. Quando saiu, Nanda se trocou, pegou suas coisas e foi direto para a faculdade com Julie e não falaram nada sobre o que havia acontecido no caminho.
No intervalo Nanda resolveu rever as fotos que havia tirado ontem, pra ver se a criatura sem rosto ainda estava lá, mas... Ela não estava em nenhuma das fotos. Não tinha como algo sumir de uma foto a não ser que nada daquilo tivesse sido real... Aliviada, Nanda guardou suas coisas e foi direto pra sala.
  Na sala de aula, Nanda estava tranquila, pensando que ia ser tudo normal naquele dia. Que ela teria as aulas e depois iria almoçar em um restaurante japonês com sua amiga e elas comeriam Kakigori, que é o doce favorito de Nanda. Voltaria para casa como se nada tivesse acontecido, mas... Quando abriu seu caderno de anotações... Haviam vários rabiscos de órgãos sexuais masculinos e xingamentos extremamente homofóbicos. Ela já sabia quem havia sido, Billie, pois ele era o único que sabia de seu segredo. Sim, Nanda era lésbica, tendo uma paixão escondida por sua melhor amiga e a alguns anos atrás havia sido pega com uma menina do culto. Billie prometeu que se ela fizesse qualquer coisa sobre esse bullying ele contaria para todos, o que acabaria com a vida dela já que sua família era extremamente religiosa. Eles a castigavam desde de que Nanda era uma criancinha inocente, costumavam a prender ela em um quartinho no sótão da casa pra ser castigada. Seu joelho chegava a sangrar por ficar tanto tempo ajoelhada no piso de concreto, o que causou diversas cicatrizes no futuro, a única pessoa que prestava para ela em sua família era seu irmãozinho. Sempre o protegia de seus pais, mesmo eles não pegando muito no pé dele por ser homem. Eles até chegaram a bota-la em um colégio de freiras, onde foi muito judiada pelas mesmas, mas acabou sendo expulsa.  Nanda odiava isso... Odiava o bullying que sofria, odiava o culto, odiava religião, odiava a igreja, odiava Deus. Ela achava todos uns hipócritas de mente fechada e sabia que seria um pesadelo se todos soubessem sua orientação sexual. Então ela ignorava os xingamentos e seguia com sua vida, como se nada no mundo estivesse acontecendo. Ela era uma pessoa muito confiante e sempre sabia que no final algo de bom iria acontecer, mas naquele dia foi diferente, ela sentia uma raiva incontrolável... Ouvia vozes baixas em seus ouvidos pedindo para fazer coisas e também... Aquele maldito chiado novamente, antes que Nanda apagasse ela pode ver a criatura esguia a observando no canto de sua sala.
  Algum tempo depois Nanda acordou no hospital, ainda tonta e sem entender nada, tentou se levantar da cama, mas sua amiga a segurou antes que caísse no chão. Não sabia o que estava acontecendo então perguntou:
— O que aconteceu!? Por que estou no hospital? E por que minha mão dói tanto??   —   Indagou meio tonta ainda, mas assustada.
— Você não se lembra mesmo?! —    Perguntou sua amiga com espanto     — Você simplesmente enlouqueceu! Se levantou da cadeira e tentou quebrar o pescoço do Billie! -
—  O QUE?!! —  Exclamou Nanda.
— Cara, se a gente não tivesse te segurado, você teria o matado!   —  Nanda ficou com medo, não lembrava de nada... Estava assustada, mas também se sentia feliz e não sabia o porquê.
—  Nanda eu tenho que te entregar uma coisa   —   Diz Julie deprimida    — É a sua carta de expulsão...
— O que?! Não pode ser, eu nunca tinha feito algo assim antes... Eu...
— Cara, você tentou matar o filho da diretora. Ela não quer você lá nem coberta de ouro!
— Não posso contar para os meu pais, se não eles vão me trancar no quartinho! Eu...
— Mas você não precisa contar, sabe... Você pode fingir ir pra faculdade e...
— Sim, sim, é isso o que eu vou fazer.
E foi o que aconteceu, mas não durou muito tempo. Os pais de Nanda logo descobriram tudo e a castigaram novamente, mas pelo menos ela ainda podia sair de casa. Então Julie passava toda a matéria pra Nanda, e foi assim por um tempo... Mas Nanda começou a reparar que sua amiga estava estranha... Não conversavam muito além da matéria, ela não respondia mais suas mensagens, estava se afastando. Um tempo se passou em que Julie e Nanda não se viam mais, até que um dia Julie resolveu chamar Nanda para passear no parque. A garota não parecia a mesma de algumas semanas atrás... Sua aparência era de alguém perturbado, seus cabelos completamente bagunçados como uma louca. Seus olhos eram profundos como os de alguém que não dormia há dias e além de estar extremamente agitada, tremendo, estava olhando para os lados como se alguém estivesse a perseguindo. Julie se aproxima:
—  hey Nanda.
— Julie! —   Nanda dá um grito de alegria    — Há quanto tempo!  — Ela tentou abraçar Julie, mas mesma afasta.    — O que foi? Julie?
— Meus pais...
— O que tem seus pais?
— Billie contou para todos Nanda, meus pais me proibiram de falar com você e ...
— Você não vai me abandonar, né? Você não pode fazer isso comigo, Julie! Desde quando você deixaria nossos pais impedirem nossa amizade!? Por que você...
— Você mudou, Nanda.
— O-O que?
— Olha pra você! Não dorme mais, fica falando de coisas que não existem! Isso é demais pra mim!
— O-O que? Eu sou eu, Julie! Eu tô normal, eu...
— VOCÊ TA ME ASSUNTANDO!! - grita Julie indo embora chorando.
— Por que, Julie...? -
Depois daquele dia elas nunca mais se viram ou mesmo se falaram de novo. A única vez foi uma noite em que Julie ligou pra Nanda pedindo para que ela parasse de ficar a perseguindo de noite. Ela não sabia do que estava falando, pois não saia de seu quarto há dias.
Já faziam 2 meses em que Nanda praticamente não saia de seu "quarto", se é que aquilo pode se chamar quarto ainda. Era uma bagunça, haviam cruzes que seus pais espalharam pelo quarto e vários sinais de escrita compulsiva nas paredes. Sempre círculos com um X no meio e frases como "Ele está vindo" espalhadas nas paredes. Nanda ficava no canto de seu quarto sentada, havia vários arranhões em seu corpo, ela acordava com vários machucados e suja durante a noite e isso fez com que ela não dormisse por dias, com medo do que aconteceria. Ela sentia dores de cabeças fortes que a fazia desmaiar, mas seus pais não compravam remédios pra ela, pois não acreditavam na medicina e falavam que rezando toda essa loucura iria passar. As dores de cabeça eram tão fortes que Nanda pensava que iria morrer, sem falar nos pesadelos horríveis que tinha com aquela coisa sem rosto... Sentia que há cada dia que se passava aquela coisa a devorava por dentro. Nanda quase não se sentia mais humana, era como se ela e aquele monstro haviam se tornado um só.
  Uma noite, depois de muito tempo, Nanda saiu de seu quarto e foi até o quarto de seu irmão. Estava vestindo um moletom vinho, calça e sapatos pretos e uma saia preta. Quando chegou no quarto de seu irmão, ele estava dormindo, então decidiu acorda-lo:
— Hey Daniel! Acorda!  —  diz chacoalhando seu irmãozinho de leve.
— O que? O que tá acontecendo?  —  ele pega o óculos   — Por que você tá vestida desse jeito? São 3 horas da manhã, você... -
— Shhhh! ... Me prometa uma coisa! Promete que não vai sair de seu quarto, não importa o que aconteça, você não vai sair?!
— O que você vai....
— ME PROMETA!!!
— Eu... Eu prometo...
Nanda abraçou seu irmão pela última vez e diz:
— Eu não consigo mais ficar acordada. Eu não fui forte o suficiente, me desculpe...
Nanda sai do quarto de seu irmão, mas para se certificar que ele não saísse trancou a porta. Ela vai até seu quarto novamente e finalmente, depois de muito tempo, adormece.

PHOTOGRAPHYWhere stories live. Discover now