𝙋𝘼𝙉𝘿𝙀𝙈𝙄𝘾 // 𝘾𝙖𝙧𝙡 𝙂𝙧𝙞𝙢𝙚𝙨

Não é muito difícil odiá-lo

Alexandria, Final de Novembro, 2015.

JANE POV

— Eu não sei se realmente quero saber o por quê vocês estão ensanguentados e por quê ela está mancando. — Ele revira os olhos.

Bufo antes de eu e Carl entramos na casa e ele fechar a porta.

Shane se aproxima quando me sento em uma das cadeiras da cozinha e puxo a barra da calça um pouco para cima. Vejo que o corte abriu novamente e passo a mão no rosto.

— Não está tão ruim. — Ele comenta enquanto analisa o ferimento. — Amanhã já vai estar andando normalmente.

— Já estava cicatrizando. Precisa de um curativo. — Carl fala e anda até o armário, pegando uma pequena caixa.

— Machucou agora? — Walsh pergunta e eu nego com a cabeça. — Não está cicatrizando completamente?

Nego novamente.

— Ficou quanto tempo sem se alimentar direito?

— Oito meses. — Falo sem encara-lo e Grimes se aproxima de mim com a caixa.

— Suas plaquetas provavelmente estão baixas porque não estava comento direito. — Não falo nada e ele pega a caixa de Carl. — Vá tomar um banho e desça aqui.

Decido não questiona-lo e apenas reviro os olhos me levantando devagar e subindo as escadas com ajuda de Carl. Assim que termino o banho e troco de roupa, prendo o cabelo e desço as escadas com dificuldade .

Encontro Carl com Judith no colo, aparentemente tentando fazê-la dormir, e Shane colocando pedaços de mamão no liquidificador com um pouco de leite gelado e açúcar. Me sento na mesma cadeira de antes e Shane se vira depois de colocar a vitamina em um copo. Arqueio uma sobrancelha antes de pegar o copo que ele me estende enquanto ele me encara.

— Vitamina de mamão. Passe a beber isso pelo menos uma vez no dia. Vai ajudar seu corpo na produção de plaquetas. Vou ver se consigo vitaminas em comprimido pra você, principalmente a A.

Bebo um pouco da vitamina e gosto muito do sabor.

— Obrigada.

Ele apenas assente com a cabeça. — Coloque o pé ali em cima. — Ele aponta para a outra cadeira e eu faço.

Dessa vez estou com um short largo e uma blusa de mangas compridas e não preciso ajeitar nada para que ele mexa na ferida.

Shane joga um pouco de soro fisiológico no meu calcanhar, sem se importar se vai molhar o chão ou não. Ele limpa a ferida com uma gaze antes de colocar um remédio em spray em cima do corte, me fazendo mexer levemente a perna. Ele segura meu calcanhar com força para me manter parada e joga um pouco mais do remédio que faz minha pele arder. Shane me solta e pega um pouco de algodão pra limpar o excesso do spray e coloca pequenas fitas que juntam a pele novamente antes de por uma gaze seca em cima.

Carl estende fitas brancas grossas pra ele, que pega rapidamente e rasga com os dentes antes de colar a gaze na minha pele com elas. Walsh apenas guarda as gazes, fitas e algodões na caixa e se vira para lavar as mãos.

Fico um pouco confusa com seu ato de cuidado repentino mas não falo nada e nem o provoco. Ando até o sofá quando Carl sai para colocar Judith em seu quarto e Shane me encara.