CAPÍTULO 16

420 37 13
                                    

Ally

Depois do nosso pequeno momento, resolvi me recompor e ir prestigiar os meninos, pelo menos dar o apoio moral. Não que eles precisassem de mim para arrasar, mas era meu papel de amiga.

- Allie! Você veio ver a gente - Luke comemorou, vindo me abraçar, o qual eu desviei, indo para o lado de Mike, que prontamente me rodeou com seus braços desajeitadamente por causa da guitarra. Luke franziu o cenho, a dúvida estampada no seu olhar.

- Você acabou de tentar me matar, perdeu o direito dos meus abraços - ri, sendo acompanhada por todos os outros meninos, menos ele.

- Você me chamou de bebê girafa - resmungou emburrado.

- Você poderia ter me dado uma punição mais branda - dei-lhe a língua.

- Okay, chega dessa discussão boba, senão vocês não param nunca - Calum interveio.

Ficamos conversando mais uns minutos, enquanto os meninos se preparavam para entrar no palco. O mal estar que eu estava sentindo mais cedo parece ter se intensificado. Eu começava a sentir um pouco de frio e dor de cabeça, com certeza estava prestes a encarar um resfriado, mas não queria alarmar os rapazes, sabia bem como eles ficavam superprotetores do nada e com qualquer coisa.

Mesmo assim, meu organismo traidor não me impediu de me dar três espirros seguidos, atraindo atenção dos quatro.

- O que foi isso? – Calum perguntou, passando a alça do baixo pelo pescoço.

- Nada, provavelmente alguma poeira – dei de ombros, não dando muita importância para aquilo.

Mike cerrou os olhos em minha direção.

- Sei, certeza que não está ficando resfriada?

- Vocês têm que entrar no palco – desconversei – Eu juro que estou bem – sorri convincente. Senti o olhar de Ash em mim, me deixando com as pernas bambas. Tudo parecia ser tão intenso quando se tratava dele agora, eu parecia ser capaz de sentir cada célula do meu corpo quando ele me olhava daquele jeito, eu me sentia uma adolescente de novo.

Encarei-o de volta, dando a confirmação que ele precisava para subir ao palco. E foi o que ele fez. Entrou primeiro, arrancando gritos histéricos das fãs, logo sendo seguido pelos meninos. Luke começou o solo de She Looks So Perfect, o que me deixou surpresa. Eles sempre terminavam o show com ela, mas as fãs não pareceram se importar nenhum pouco, já que a onda de gritos que elas deram quando ele começou o primeiro verso quase me deixou surda, só piorando a dor de cabeça que estava sentindo.

Aguentei o máximo que pude, em pé ali, curtindo o show junto com eles. Era gostosa demais a vibe que eles passavam para os fãs. De onde eu estava, dava de ver garotos e garotas rindo, chorando, dançando, curtindo uma noite incrível ao lado de amigos e ao som de sua banda favorita. Eu quase senti vontade de só sair dali quando o show acabasse, mas a pressão na ponte do meu nariz, junto ao corpo mole, a sensação febril que eu estava me dizia claramente que sim, eu estava ficando resfriada. O que era uma droga, eu sempre ficava insuportável quando estava doente.

Michael andava pelo palco, rindo e se divertindo, cruzando olhares comigo no meio disso. Fiz sinal que voltaria para o camarim, dizendo que tentaria tirar um cochilo. Ele franziu o cenho, mas concordou levemente e se voltou para a platéia antes que alguém mais notasse nossa "conversa". Eu adorava como ele sempre podia ir de um fofoqueiro nato a um cara super discreto e você nunca sabia qual deles teria que lidar, dependendo da situação. Graças a Deus tive sorte e ele foi o cara discreto dessa vez.

Fiz meu caminho para o camarim, praticamente me arrastando. É incrível como resfriados e gripes funcionam, uma hora você está perfeitamente bem e feliz, de repente sente como se tivesse sido atropelado por uma manada de elefantes. O corpo doía, a cabeça latejava e uma secreção nojenta começava a ser produzida. Parecia um castigo por algo que você sequer sabe o que fez.

E sentindo-me exatamente assim, mal tive tempo de entrar no cômodo separado para os meninos, jogando-me imediatamente em um dos sofás, encontrando o casaco que Luke veio vestido jogado por ali, o qual tratei de vestir, pois além de todos os sintomas, estava com frio também. Não precisa nem dizer que aquilo ficou igual um vestido em mim, batendo no meio das minhas pernas. Vasculhei um comprimido para a dor de cabeça dentro da minha bolsa, que eu carregava somente para casos de ressaca. Quando você é melhor amiga de uma banda de quatro homens, tem que aprender a andar prevenida. Sabia que aquilo não resolveria de nada, mas era com o que teria que me virar até achar uma farmácia para os remédios certos, praticamente capotando em poucos minutos.

- Ally? Acorda, meu bem – senti alguém mexendo em minha barriga levemente. Abri os olhos devagarzinho, quase fechando de novo, incomodada pela claridade que fez minha cabeça latejar, vendo um Ashton com a feição preocupada, olhando-me atentamente – Ei, o que você está sentindo?

Hesitei um pouco. Não queria deixá-los preocupados, mas a essa altura não dava mais para deixar para disfarçar que estava só com preguiça.

- Acho que é só um resfriado – encolhi-me mais no sofá – O show já acabou?

- Faz um tempinho – Luke respondeu – Aliás esse casaco é meu – brincou.

- Cala a boca, idiota – Ash rebateu e Luke riu, levantando as mãos em rendição, afastando-se – Vem, levanta – me puxou delicadamente pela mão, deixando-me sentada no sofá. Ele pôs a costa da mão em minha testa, franzindo o cenho – Você está com febre. Está baixa ainda, mas melhor cuidar disso antes que piore.

- Eu não me oponho – inclinei-me contra ele, mal me importando que ele cheirava a suor. Como eu havia ficado mal tão rápido?

- Certo, a gente vai pro hotel, para em uma farmácia e você tira a noite pra se recuperar um pouco – ele sorriu, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto.

Como prometido, passamos em uma farmácia pelo caminho e Calum ligou para o médico para pedir algumas dicas do que poderia ser feito. Nada que ninguém não já soubesse antes: repouso, muita água e algum remédio para amenizar a febre.

Ashton tinha se prontificado a ficar comigo, dispensando os meninos que despediram-se e desejaram melhoras, antes de seguirem para seus respectivos quartos. Entramos no quarto, Ash colocando as coisas na mesinha de cabeceira, enquanto eu me livrava – a contra gosto – do casaco do Luke, sentindo frio instantaneamente.

Ashton me pediu para que eu tomasse um banho, que eu obedeci contrariadamente sob ameaça de ele mesmo me jogaria embaixo da água gelada, caso eu recusasse. Eu bem sei que ele faria mesmo isso se eu duvidasse.

- Toma - me entregou um comprimido, assim que eu saí do banheiro, junto com um copo de água – Vamos torcer para isso fazer efeito rápido.

- Por que? – perguntei, sentindo a garganta dar uma leve arranhada.

- Conseguimos dois dias de folga, os meninos querem dar uma volta pelo país. Visitar algumas cidades antes de seguir com a tour – sorriu, vindo em minha direção, me dando um abraço. Recostei a cabeça em seu ombro – Vem deitar. Sua temperatura ainda está um pouquinho alta demais para o meu gosto.

Ele me acompanhou até a cama, onde eu deitei e ele me cobriu como mamãe costumava fazer toda noite quando eu era criança. Aconcheguei-me no travesseiro, sentindo-me aquecida de novo. Ashton plantou um beijo em minha testa, o lado super protetor tomando conta dele. Se afastou devagar, desejando boa noite. Segurei em sua mão, antes que ele se afastasse completamente, não queria que ele fosse embora.

- O que foi? – a ruguinha de preocupação se instalou em sua testa novamente.

- Você pode ficar aqui? – perguntei timidamente.

- Você quer que eu fique? – ele me lançou um sorriso fofo, quase esperançoso. Dei sua resposta com um aceno de cabeça. – Afasta aí.

Ele se colocou embaixo da colcha comigo e eu me encolhi perto dele, descaradamente. O que eu podia fazer? Ficava carente quando estava doente. Ashton puxou-me para mais perto ainda, me fazendo deitar em seu peito, enquanto fazia um cafuné gostoso em meus cabelos.

- Boa noite, Ally. Espero que você esteja se sentindo melhor pela manhã – plantou um beijo no topo da minha cabeça, afundando mais na cama, onde nós dois pegamos no sono, pouco tempo depois.

Best Years // ashton irwin Onde histórias criam vida. Descubra agora