Prólogo

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Observava minha mãe conversar com meu pai, era mais uma discussão. A pele pálida e olhos vazios da minha mãe encaravam meu pai, que se mantinha calado enquanto a voz que uma vez foi suave e agora está rouca dizia palavras inaudíveis  para mim.

- Você não pode a prometer, ela nem moça é - ouvi quando a mulher levantou a voz.

- Você conhece muito bem a tradição do nosso clã e nós não podemos ir contra isto - o homem levantou a voz mais alto ainda, começando a ficar irado.

A conversa com certeza se tratava de mim, e sobre a tradição boba do meu clã, o homem que salvasse o pai da família deveria ser recompensado com a filha para casamento, os que não tivessem filhos dariam metade dos bens.

Eu sou a do meio, mas minha irmã mais velha se casou há poucos meses. Passando o par de alianças para mim.

Eu já tenho 13 anos, mas não me tornei moça ainda, por isso não poderia ser levada agora.

Então, daqui há 5 anos eu deverei ir ao encontro com meu noivo, que se fará meu marido e me tirará a virgindade.

É um sistema muito ríspido, obrigatório, a única exceção é se o homem já for casado, caso a garota esteja ou não apaixonada não importa.

- Coloque a venda nela e a traga  para cá - suspirei quando o homem saiu do quarto, meus planos indo junto com ele.

Minha mãe fechou a porta e veio até mim, pegando em minhas mãos ela disse palavras que com certeza eu nunca esquecerei.

- Querida, você já deve saber o que está acontecendo - suspirou. - Não podemos deixar de respeitar a tradição minha pequena, eu não posso lhe ajudar a fugir agora mas futuramente se quiser fugir eu te ajudarei, faça o que o seu pai manda esse momento e depois conversamos. Tudo bem minha querida?

Balancei a cabeça para cima e para baixo, afirmando.

- Farei o que ele dizer mãe - ela se levantou, pegando uma venda,  tampou meus olhos.

A mulher não deve conhecer o homem antes do casamento, para a precaução de não fugir. Depois de me vendar ela me pegou pela mão e me guiou para onde meu pai estava, podia ouvir as vozes.

Isso é estranho, papai conversa com o cara, mas parece haver uma contenda entre os dois.

- Não meu senhor, eu não fiz mais que te ajudar, não precisa disso - uma voz dizia, o homem.

Conti meu sorriso, isso, não me aceite.

- Você tem tradições no seu clã rapaz? No meu clã as tradições existem e devemos respeita-las, daqui há 5 anos ela se torna adulta e você pode vir buscar ela, aí você se decide se vai se casar com ela ou fazê-la sua empregada.

Eu não poderia aceitar aquilo calada, mas minha mãe pediu para apenas aceitar o momento, eu não aceitaria mais 1 insulto vindo do meu próprio pai, sou uma mulher não uma marionete.

Mas não precisei me posicionar, ao contrário, me surpreendi quando o rapaz aumentou a voz.

- Como o senhor pode tratar sua própria filha assim? Por causa de tradições do seu clã? Ela é um ser humano - disse, mordi o lábio contendo um riso, ele confrontou meu pai e isso é demais.

- Você não entenderia, se eu não fizer isso ela será tratada como uma vulgar na nossa aldeia e passará a humilhação de não ser aceita pelo salvador do pai - meu  pai retrucou e um silêncio se instaurou no lugar.

- Pois bem, eu a busco daqui há 5 anos - não, estava indo tão bem até agora. - Mas como ela é minha eu posso dar-lhe livre arbítrio

- Claro, mas também temos condições, ela terá que viver com o senhor - falou meu pai ao homem.

- Tudo bem - um silêncio permaneceu, totalmente constrangedor para mim.

Minha mãe apertou minha mão e fui puxada devagar por ela. Se eu tiver algum desejo universo por favor me enterre, foi a única coisa que pensei.

Eu sei que minha vida vai mudar de agora em diante e eu odeio isso, mudanças são dolorosas mesmo que eu saiba que são precisas.

[...]











EITAAAAAAAAAA

POSTEI.

É isso. Vou atualizar diariamente, tem 15 cap. Ent 15 dias.

Aviso, eu não reviso os capítulos pra erros, então relevem e é isso.

Beijos tchucas e tchucos.

Tradições - Kakashi Hatake [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora