1. Eis que no mato existe um boy gato

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Um presente meu para essa idosa: banillatokki

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Ele estava no carro a algumas horas, e isso foi mais que suficiente para que seu peito apertasse em saudade. Saudade dos seus amigos, da sua casa, da sua escola, de tudo.

Saudades da sua cidade.

E não importava o quanto ele tentasse, ele não conseguia deixar de pensar sobre isso. Não era como se ele não gostasse da ideia mudar de casa, mas mudar de casa era completamente diferente de mudar da cidade.

Sim, mudar da cidade, pois o lugar que ele deveria considerar seu novo lar ainda ficava na mesma cidade, só não em um centro urbano. O lugar ficava em uma região afastada, que por ser muito quente por boa parte do ano não possuía tantos habitantes assim.

E Taehyun entendia completamente os que preferiam lugares frios àquele lugar. Mesmo no carro, com o ar-condicionado ligado, o calor incomodava bastante.

— A Aengdu vai gostar daqui, é muito quente — sua irmã disse, apontando para o animal na caixa posta no colo do garoto. — Pai, ainda falta muito?

A garota, que estava visivelmente impaciente, não reagiu muito bem quando soube que eles iriam se mudar. Na verdade ela fez tudo o que podia para evitar aquilo, desde se trancar no quarto, a tentar dar o endereço errado para o motorista do caminhão de mudança — não que isso fosse funcionar, já que o motorista seguiria a família. Mas nada disso impediu a mudança, pelo contrário, só causou mais brigas entre mãe e filha.

— Na verdade, não, estamos quase chegando — o homem disse, apontando o celular para a janela do carro e fotografando a vegetação.

— Aish, você precisa mesmo tirar foto de tudo? — a mulher perguntou, tirando os olhos da estrada por alguns segundos, a fim de ver o marido.

Taehyun não prestou atenção no resto da conversa, aumentando o volume da música de ouvia. Ao som de dead girl in the pool ele brincou com Aengdu, a pequena serpente que ia de um lado para outro no seu mini habitat portátil. Por vezes ela parava, encarava um pouco uma pedra posta no centro da caixa e voltava a dar voltas, indo sempre para onde o garoto indicava com o dedo.

O garoto, por sua vez, estava perdido em pensamentos, tanto que não percebeu quando chegaram a algum tipo de comunidade, onde as casas eram distantes umas das outras, separadas por grandes terrenos preenchidos por plantações, ou quando sua mãe parou o carro em frente à uma casa um tanto moderna se comparada às outras dali.

A casa, na verdade, era bastante diferente do padrão do local, já que havia sido construída especialmente para eles.

— Taehyun, desce logo — a garota retirou um dos fones dele, apontando para a tia e a avó, que os esperavam em frente à casa.

— Segura a Aengdu pra mim, noona — ele pediu, entregando o animal para  irmã.

Ele desceu do carro e pediu a caixa à irmã, pois se estivesse segurando um animal peçonhento ele não teria que abraçar os parentes. Mas ela pareceu ter o mesmo pensamento, sorrindo falsamente para ele antes de iniciar o caminho até a casa. Taehyun não fez questão, xingando a irmã em silêncio, e apenas fez o mesmo caminho que ela em direção à culpada pela mudança.

Não culpada de verdade, mas ela serviu de desculpa para que Jihyo iniciasse um antigo desejo seu, mudar com a família para o campo. Daniel não questionou a decisão da esposa, decidindo que gerenciaria sua construtora à distância. Já a aceitação dos filhos levou mais algum tempo.

Fever Dream 𖧵 TaegyuOnde histórias criam vida. Descubra agora