Capítulo 2

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Newyear não sabia exatamente há quanto tempo estava esperando, mas ele na verdade não se importava em esperar. E mesmo que estivesse com medo e com uma grande inclinação para a desistência, esperaria o tempo que fosse para finalmente conhecer P'Both. Seu lado covarde o fazia tremer e até desejar que P'Both não viesse, mas ainda sim continuou ali, tremendo dos pés a cabeça enquanto bebia um copo d'água.

Ele tinha medo de agir todo estranho e desajeitado, tinha medo de assustar P'Both e de que esse talvez fosse o único encontro dos dois.

Ele resistiu bravamente a vontade de sair correndo ou apenas de desmaiar quando o dono do sorriso mais encantador de todos atravessou a porta e olhou para ele, ali estava P'Both em carne e osso, próximo o suficiente para que ele pudesse tocar, perto o suficiente para que ele tivesse um ataque do coração.

– Você é o Nong Newyear?

– Sim sou eu mesmo P'. — Apressou-se em fazer um wai para comprimentar devidamente P'Both, aproveitou que as suas mãos estavam unidas e fez uma rápida prece a todos os deuses. Mais do que tudo, ele queria que o dia fosse perfeito e talvez se não estivese abusando da boa vontade dos deuses, um segundo encontro também era muito desejado.

– Então vamos ficar aqui ou ir comer macarons?

Newyear havia entrado em uma lanchonete de lanches naturais para poder beber uma água e esperar por P'Both sentado, ele tinha medo que assim que o visse suas pernas não o sustentassem de imediato.

– Vamos P', mal posso esperar para comer aqueles macarons.

Os dois sairam da lanchonete e caminharam por algum tempo pelas ruas de Bangkok, para alívio de Newyear, conversar com P'Both era fácil, ele era um cara legal, divertido e confortável. Newyear ainda sentia seu coração agitado, mas agora o medo e a insegurança haviam desaparecido.

– Finalmente está explicado por que não encontrei esse lugar, o google maps não deve ter considerado essa rua estreita como uma rua de verdade.

– Provavelmente não, mas eles deveriam, só por esse lugar, na verdade essa rua deveria ser considerada uma das melhores em Bangkok.

– Os macarons são tão bons assim? — Em tom de brincadeira arqueei uma de minhas sombrabcelhas enquanto virava o meu rosto para encarar P'Both.

– Eu não sabia, mas eles são mágicos.

Ele me olhou profundamente, como se tentasse me dizer algo com o olhar ou como se quisesse me indicar que o que tinha dito significava algo a mais, e quando o entendimento me bateu, as maçãs do meu rosto esquentaram e eu desviei meu olhar do seu rosto para a entrada da cafeteria.

– Vamos.

A cafeteria era linda, as paredes eram de um tom rosa claro, ainda mais claros que um rosa bebê, havia plantas em todos os lugares e letreiros coloridos com uma escita chique em uma das paredes, o lugar era realmente lindo e parecia vender coisas deliciosas. O cheiro que preenchia o local era de dar água na boca.

P'Both fez nosso pedidos, macarons e leite com chá, exatamanete o que havia provado quando conheceu o lugar.

Newyear havia notado já há algum tempo, mas só agora que estavam sentados um de frente para o outro enquanto esperavam pelos pedidos que ele ousou perguntar.

– P', a cor da sua camiseta, você escolheu por que hoje é terça?

– Sim. — Ele olha para a propria roupa e ri para mim.

Aqui na Tailândia, para cada dia da semana, há uma cor auspiciosa, e vestir roupas com os tons corretos pode trazer muita sorte para o seu dia. Não há muitas pessoas que seguem isso a risca, mas às vezes quando queremos que naquele dia específico tudo ocorra bem fazemos usso dessa tradição.

MacaronsWhere stories live. Discover now