O diretor.

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Fomos os quatro para a secretaria. Querem saber quem estava lá? Um beijo em quem acertar! Isso! O idiota do Rodolffo! Ele fez um carnaval na diretoria, palavras do Aristóteles. Ele quem me contou o ocorrido. O idiota queria que o diretor demitisse Rafaella de qualquer jeito. Ele gritou aos quatro ventos que ela tinha me corrompido, vejam bem: “corrompido!” Eu tinha dezessete anos, mas sabia bem o que estava fazendo. Vocês são testemunhas! Quem correu atrás dela não fui eu? Eu dei em cima dela. E a culpa não podia ser minha? Mas que Diabos é isso?

O diretor chamou Rafaella num canto. Rodolffo estava mais afastado. Já tinha feito o carnaval dele, agora só estava esperando a nota dos jurados.

— Professora Rafaella... – o diretor estava tentando manter a calma – Esse senhor disse que a senhorita está... Está tendo um caso amoroso com uma de nossas alunas de dezessete anos. A senhorita me confirma isso?

Vocês tinham que ver a aglomeração na porta da secretaria e olha que estávamos de portas fechadas, hein?

— Sim. – ela respondeu.

Ele a olhou surpreso, na certa esperava que ela fosse negar.

— Bom, isso é antiético. Não é uma conduta...

— Hey! – me intrometi – Vocês estão julgando o que? Ela? A conduta? Com todo o respeito diretor, eu quem fui atrás dela. Me apaixonei. Ela se apaixonou. O que há de errado nisso? Não matamos ninguém e... Quem dorme com ela, sou eu, não o senhor.

— Menina, mais respeito! – exclamou furioso – Eu quero conversar com a professora Rafaella a sós. – apontou a porta – O senhor também, por favor. – se referindo a Rodolffo.

Nós saímos. Meu coração ficou apertado, ele iria mesmo demiti-la? Só por isso? A professora dedicada que ela era não contava? Olhei para Rodolffo com raiva, ele retribui o olhar da mesma forma.

— Precisava disso? Ela não merecia! – falei.

— Já fiz o que devia fazer, agora é com o diretor. – respondeu e saiu.

Aristóteles me abraçou, professora Thelma segurou minha mão.

— Vai ficar tudo bem. – ela falou. Já repararam que nesses últimos dias eu tenho ouvido essa frase com frequência? – Rafaella gosta muito de você. Eu que o diga! – concluiu.

— Como assim? – curiosa, né?

— Sei de vocês há algum tempo, Bia! Uma noite dessas ela foi na minha casa e desabafou, eu tinha dúvidas, mas certeza mesmo só no dia em que você não foi ao encontro marcado. Nossa, como essa mulher chorou!

A ficha caiu, perceberam? Eu queria tanto saber onde ela havia passado a noite. No dia que eu fiquei plantada no portão da casa dela. Lembraram?

Rafaella saiu da secretaria cabisbaixa.

“Foi mandada embora...” – pensei.

— O que aconteceu? – perguntei.

— Bom, ele tinha que fazer alguma coisa. Então me transferiu para outra filial. – respondeu desanimada.

— Não acredito! – a abracei – Vou pedir transferência para esse colégio então.

— Nada disso, mocinha! – saiu sutilmente do meu abraço – Se você fizer isso, ele me manda embora.

Suddenly It's Love | História Rabia.Onde histórias criam vida. Descubra agora