Capítulo 2

43 3 5
                                    

Pela manhã, o toque de recolher já havia sido suspenso e, segundo os jornais, o caso do canibal encontrado morto na noite anterior já estava encerrado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Pela manhã, o toque de recolher já havia sido suspenso e, segundo os jornais, o caso do canibal encontrado morto na noite anterior já estava encerrado.

Como nas outras manhãs, ele acordava envolto nos lençóis úmidos, causados pelo suor de seu corpo. Os pesadelos com sua irmã Abby, assim como as brigas com seu pai, estavam se tornando recorrentes. O sonho geralmente se tratava em salvá-la. No entanto, uma força maior o impedia de alcançar suas mãos, que buscavam pelas dele em agonia e desespero. O rosto de Abby, coberto de sangue, era uma visão turva; mesmo assim, aterrorizava-o quando despertava. E antes de realmente acordar, ele via e ouvia a vida se esvaindo do corpo de sua irmã e, quando finalmente conseguia acordar, era porque ele próprio não conseguia mais respirar.

Corey estava de pé mais cedo do que o habitual, pois o frio que entrava pela janela aberta, o fez despertar antes do horário previsto. Forçando-o assim a encarar aquele dia antecipadamente.

O Senhor Withmore havia deixado um bilhete dizendo que estaria no escritório de advocacia durante toda a noite e pediu, com delicadeza, que o menino tratasse Lindsay com gentileza.

Corey, atônito, retirava o livro de física de dentro do seu armário. Estava cansado, parecia que não havia dormido o suficiente. A noite passada refletiu-se misteriosamente em sua memória, como um sonho tido há várias semanas atrás, no qual se pergunta se realmente aconteceu. A noite anterior não o assustava mais do que seus pesadelos, algo sobre o qual ele não ousaria conversar com ninguém, nem mesmo com a psicóloga da escola.

O menino estava nos corredores da colégio, delirante e discreto em seu armário, quando Evan finalmente apareceu.

- Então... Você viu a garota nova?
Perguntou, apoiando-se nos outros armários.

- Já... - e, após inspirar profundamente, continuou:
- Ela é minha vizinha, por sinal.
Disse, fechando o armário.

- Você não acha ela...
Perguntou, fazendo algumas caretas, enquanto encarava a menina distraída.

- Acabou o lance com a Alicia?
Interrompeu Corey, afobado e discente.

Evan respondeu rapidamente com um enfático "Não!" e exigiu que seu amigo nunca mais fizesse uma afirmação tão impensada e imprudente como sugerir que ele não era constante. Após alguns segundos na defensiva, prosseguiu com suas críticas.

- Você não acha ela estranha? Tipo, sei lá... Assustadora. - disse, fisgando a garota com um olhar de repulsa e medo.

- Não. Não acho. E por que acha isso?
Perguntou, analisando a menina que lia um livro em seu armário do outro lado do corredor. A menina estava com os cabelos presos em um coque desalinhado e vestia um moletom rosa com um pequeno coração dourado desenhado no lado esquerdo do peito, além de jeans preto e tênis da mesma cor.

Guardiões - Capítulo IOnde histórias criam vida. Descubra agora