Like Real People Do

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Thomas apertou o passo ao constatar que estava atrasado. Atrasadíssimo, se ele pudesse corrigir a si mesmo. Ainda assim, não deixou de sorrir ao esperar o elevador, imaginando que uma certa pessoa também poderia estar nele. Um certo alguém que parecia ter lhe roubado toda atenção.

Fingindo total indiferença conseguiu descobrir que era uma nova moradora. Agindo como um verdadeiro idiota não foi capaz de dizer nada além de "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite" em todas as vezes que se viram. Nem mesmo sabia o seu nome. O que fazia sentir-se como um adolescente novamente.

Ao entrar pode notar que ela estava muito concentrada em um conjunto de folhas grampeadas, com um olhar de confusão e certo grau de medo. Parecia estar revisando o conteúdo e lembrando-se dos detalhes, tendo no rosto expressões das quais se esforçou para não demonstrar que estava mais voltado àqueles pequenos detalhes do que deveria.

Talvez devesse oferecer ajuda?

Não, não era o momento. Não deveria ser intrometido dessa maneira. Além de definitivamente não querer bancar o vizinho maluco, em pior caso, o "Don Juan" do prédio.

Considerou que esperar fosse uma opção mais acertada. De modo que pudesse descobrir um pouco mais a cada nova oportunidade consentida. Como uma pessoa de verdade faria.

Ainda que não quisesse assumir totalmente, foi incapaz de controlar uma parte sua que desejava que sorrisos pudessem substituir aquelas expressões assustadas e ele fosse o responsável por causá-los, e principalmente, a pessoa a quem pudessem ser direcionados.

No final das contas, talvez não fosse tão ruim assim ser um adolescente novamente.

The Elevator | Tom HiddlestonOnde histórias criam vida. Descubra agora