Epílogo

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- Dois anos depois –

"Bom dia, meus amores!" – Alex disse baixinho, acariciando a barriga de Piper, que estava aninhada em seu peito. A loira se remexeu um pouquinho e abriu um sorriso bobo.

"Bom dia!" – Murmurou, preguiçosa, enterrando o rosto no pescoço da esposa. – "Já temos mesmo que levantar?"

"Temos." – A morena sorriu, passando a mão pelos cabelos loiros. – "Sua consulta é daqui a pouquinho e sua mãe já me mandou umas dez mensagens, acho que está mais ansiosa que a gente."

Piper riu.

"Mais ansiosa que você, mamãe?" – Levantou a cabeça para olhá-la. – "Eu duvido!"

Um sorriso bobo tomou o rosto de Alex. A morena a beijou nos lábios e depois depositou um beijo carinhoso na pequena barriga proeminente de Piper. A loira estava com seis semanas de gravidez e as duas mal podiam conter a euforia para a primeira ultrassonografia. A inseminação artificial havia sido um sucesso de primeira, contrariando as expectativas dos médicos, e todos estavam muito animados com a notícia. Carol, que era muito presente na vida das duas, havia até mesmo chorado de emoção! Dissera que até o velho Bill havia ficado meio "balançado" ao saber da gravidez da filha, apesar de ter pouquíssimo contato com ela e menos ainda com Alex.

"Estou mesmo ansiosa demais!" – Alex disse, se levantando e olhando o relógio. – "Vou preparar nosso café, não podemos nos atrasar."

"A minha mãe vai nos encontrar lá?" – Piper perguntou, ainda deitada. Estava super preguiçosa por aqueles dias.

"Sim!" – Alex disse, afagando o espaço entre as orelhas de Amy, a Bernese que agora estava enorme e ocupava muito, muito espaço. – "Disse que vai sair de casa daqui a pouco." – Amy foi em direção a loira e a surpreendeu com uma lambida no rosto. Alex riu com a cena, ela não fazia ideia do tamanho que tinha.

"Urgh, Amy!" – Piper fez uma careta, rindo. – "Eu sei que você ama a mamãe mas não precisa ser tão... intensa."

"Ela está dizendo que você precisa se levantar." - Alex sorriu, apoiada no batente da porta enquanto a contemplava. Piper estava ainda mais linda e radiante gerando o tão esperado bebê das duas e ela sentia que a amava ainda mais a cada dia. – "Vamos, amor! Levante!"

Piper murmurou algo inaudível, fechando os olhos. Amy balançava o rabo, na expectativa de qualquer movimentação.

"Está bem..." – A loira disse, finalmente se levantando, ao que a cachorra latiu, animada.


"Pois bem mamãe, pode se deitar na maca." – A médica, que tinha uma voz suave e calma, se dirigiu a Piper. A loira assim fez, observando a face ansiosa da esposa. – "Estão prontas?" – Ela perguntou, olhando dela para Alex. As duas assentiram, sorrindo feito bobas.

Então, uma mensagem chegou no celular de Alex.

"A minha sogra acabou de chegar, será que ela poderia entrar?" – Perguntou, observando a médica preparar a aparelhagem.

"Claro que sim querida, peça que ela entre!" – Ela disse, simpática, enquanto colocava gel no cabeçote do ultrassom.

Não demorou e Carol entrou na sala com um sorriso radiante, mas não estava sozinha. Surpreendendo a todos, Bill Chapman a acompanhava. O homem parecia nervoso, sem jeito. Cumprimentou a filha, a doutora e a Alex (que agora sentia as mãos suarem ainda mais) com um aceno.

No decorrer daqueles dois anos, as coisas com Bill Chapman haviam progredido pouco. Piper e Alex haviam se casado assim que o divórcio da loira saíra, e é claro, não puderam contar com a presença do velho homem na pequena cerimônia que fizeram. Sua ausência havia deixado Piper um pouco para baixo, mas não conseguira nem de longe diminuir a alegria que celebrar aquele dia havia proporcionado as duas. Com o tempo, ele passou a falar com ela por telefone, uma ligação ou outra para perguntar algo relacionado a editora. Depois as ligações passaram a ficar mais pessoais. Ele queria saber como ela estava, as vezes até mesmo perguntava sobre Alex (ainda que dificilmente falasse com ela, já que raramente se viam). Carol as mantinha informada sobre tudo, já que as visitava com frequência. Dizia que o coração do velho Bill aos poucos estava amolecendo, mas Piper já não tinha muitas esperanças ou expectativas de que o pai pudesse manter um convívio saudável com ela e Alex. Por isso, o susto que levou quando o viu entrar naquela sala fez seu coração disparar.

BlackoutWhere stories live. Discover now