O Mistério do Amanhecer

Presentes do Passado

Aquele quarteto incomum estava reunido no quarto das mulheres.

-Então, qual a pista que nós temos?

-Nenhuma, Ana.

-Deve haver alguma, Jack.

-Obviamente que sim. O que nós deixamos passar?

-Se vocês se cansaram...

Rebecca levantou-se, caminhou até as fotos que mantinha e começou a folheá-las, parando em uma que sua mãe a carregava ainda bebê em um balanço e, sob o olhar atento de todos, começou a ler.

"Quando não encontrar o que deseja, lembre-se de tudo que já lhe foi dado."

Ana, Johnny e Jack se entreolharam confusos, o que fez Rebecca revirar os olhos.

-Gente, por favor, essa foi muito fácil!

-Então nos explique, savvy? –Jack estava mais irritado que o normal naquela manhã.

-Bem, provavelmente minha mãe me deu algo... Só não consigo me lembrar o quê!

Sentou-se frustrada na cama e todos permaneceram em silêncio, até que Johnny o quebrou.

-Becca, você não pensou que esta coisa...Sua mãe lhe deu no dia em que ela... bem, morreu?

Ela levantou os olhos para ele. Jack adiantou-se e disse:

-Tem lógica. Por que sua mãe lhe daria algo tão valioso se não soubesse que era necessário?

-Eu detesto admitir, mais o Jack está certo. Então Becca, está com você a resposta. –Ana se sentou mais confortavelmente na cama depois dessas palavras.

Rebecca levantou-se e começou a andar de um lado para o outro do quarto, coisa que ela fazia quando estava sob pressão, algo que se repetia muito de uns tempos para cá.

Seu caminhar estancou no meio do quarto e, dando meia volta, correu para a caixa que Johnny havia lhe dado e começou a procurar algo.

De dentro ela retirou uma pulseira prateada.

-Então, é isto?

Jack perguntou o que todos queriam saber.

-Acho que sim – Rebecca encarou os outros- No dia da morte de minha mãe, ela me entregou isto e disse para guardar muito bem, que seria útil futuramente.

Rebecca voltou a observar a pulseira e fez uma expressão curiosa ao notar algo que nunca tinha visto antes.

-O que foi?

-Tem algo escrito aqui.

-Então leia!

-Não consigo.

-O quê?

-Veja Jack, impossível ler isto!

Jack pegou a pulseira e leu em voz alta o que estava escrito.

"Eine Insel wird nicht in den Diagrammen, aber, wenn du, um zu suchen, gut nah an Tortuga findest, in dem die Sonne wenn gefunden, um sich zu setzen und wenn recht, zur Dämmerung zu kennzeichnen du, findest."

Quando ele terminou todos o olhavam boquiabertos.

-Tem razão, impossível de ler.

-Claro que não –Ana desceu da cama e pegou a pulseira de Jack- Isso aqui é alemão.

-Alemão? E você sabe ler alemão?

-Claro que sei, Jack. Um dos meus muitos talentos. O que está dizendo aqui na nossa língua seria: "Uma ilha não será encontrada nos mapas, mas se você procurar, achará bem perto de Tortuga, onde o sol se esconde. E se direito marcar, ao amanhecer a encontrará."

Todos ficaram em silêncio depois dessas palavras, que novamente foi quebrado pelo Johnny.

-Vamos para Tortuga, então!

-Hey, eu que dou as ordens por aqui. – ele olhou rabugento para o rapaz, antes de esticar o dedo para o ar - Vamos para Tortuga, então!

Os três reviraram os olhos para o pirata, que perdido em seus pensamentos nem estava reparando nos demais.

-Ah, doce Tortuga! Como gosto daquele lugar!

-Você não gosta de Tortuga –Ana resmungou mais para si...

- O quê?

...mais Jack a ouviu.

-Você gosta do que tem em Tortuga.

-E seria...?

-Mulheres com grandes...Garrafas de rum.

Jack abriu a boca para retrucar, mais foi interrompido por Johnny.

-Nós não precisamos ir agora.

-O John está certo – Rebecca continuou- estamos em uma cidade e está começando a escurecer. Por que não saímos os quatro hoje? Para relaxarmos e nos divertimos, não aguento mais ficar trancada dentro de um navio o tempo todo!

-Garota, o contato com piratas está te fazendo muito bem! –Jack sorriu pela primeira vez naquele dia- Vamos então?

E o contato com piratas tá fazendo bem a vocês? Me confirmem votando! :)