Desi

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Meses depois

Decidi não ir ao velório, mas observei de longe, ver Peter chorar não estava nos meus planos. Trazer ele de volta, ver o Thanos sendo derrotado não me tirou a parcela de culpa que eu levava nas costas, e ver Anthony Stark morrer só me provou isso, eu era a maior culpada do sofrimento do Peter.

Procurei ajuda de Nick Fury, ele deixou Maria Hill encarregada de me treinar e em pouco tempo fiquei do jeito que eles queriam, mas eu não queria sair em uma missão tão cedo, Maria tem sido uma grande amiga, quase mãe. Nick me deixou escolher onde morar, a Shield pagou todos os custos do meu apartamento novo no Brooklyn, eu queria ter um cantinho só meu, mesmo meu irmão implorando pra que eu fosse pro espaço com ele.

— Eu juro que estou me dando bem, vou até terminar o ensino médio.– digo rindo

— Eu sei que pode se virar sozinha, me preocupo com a sua solidão ai.– Quill diz pelo celular .Eu caminho na rua até entrar no meu prédio — Você sabe que se precisar eu vou correndo te buscar.

Eu sei mas você já deve estar cheio de problemas aí.– dou risada ao escutar a voz do Thor, ele chamava o grupo do Quill de asgardianos da galáxia.

Manda um beijo pra Laura!– Thor diz e eu procuro minhas chaves na bolsa

— Manda outro pra ele.– digo e Quill resmunga algo, viro a parede onde estava minha porta e me assusto ao ver Fury parado na minha porta, ele me encara sério, sem sentimentos nenhum no olhar. — Eu preciso desligar, te ligo amanhã.

— Tudo bem, coma bastante salada pra não ficar gorda igual ao Thor.– dou risada e desligo a chamada

— Não me avisou que viria.– digo e abro a porta do apartamento dando espaço pra ele passar.

— Eu não preciso avisar, tenho uma missão pra você – ele diz e eu suspiro de cansaço

— Eu também, amanhã começo de novo na escola.– me sento no balcão e mordo uma maçã

— Você não vai querer ficar tão perto dele, vai ser torturante.– ele tenta mudar minha ideia de novo. — Você está pronta pra sair em missão, não precisa de escola.

— Mas eu quero terminar, quero me sentir uma adolescente normal.– reclamo

— Tudo bem.– ele desiste

— Eu juro que vou ajudar, quando for uma coisa que os agentes da Shield não consigam lidar. Eu vou correndo mas por enquanto eu tenho que concertar algumas coisas...– explico e ele assente

— Bom início de aulas amanhã.– agradeço com o olhar e vejo ele abrir a porta e sair.

No dia seguinte entro no prédio da escola vendo os alunos agitados e se abraçando pela volta de alguns, outros pareciam mais velhos por incrível que pareça eu não envelheci 5 anos a mais como eles, continuo com a mesma aparência e idade, pode ser um efeito dos dois soros dentro de mim, sobre meu pai não é porque Quill envelheceu. As pessoas a minha volta pareciam felizes até que recebo um olhar assustado na minha direção, a garota ruiva corre até mim e me abraça, não consigo retribuir por ela prender meus braços no abraço dela.

— Meu deus, é você mesmo?– Holly pergunta animada — Espera você ainda é ruim e quer matar todo mundo?

— Não.– eu respondo saindo do abraço dela — Eu acho.

— Laura...– vejo o olhar assustado do Ned quando me viro — Oi, quanto tempo.– ele diz animado e não sabia se me abraçava ou não, então dou iniciativa e o abraço com carinho

— Oi Ned, senti saudade.– sorrio e ele parece bobo por isso

— O que faz aqui?– Peter pergunta, e não sabia se ele estava feliz ou triste, só parecia surpreso.

— Eu ainda não terminei o ensino médio.– disse como se fosse óbvio e ele entendeu — Porque eu morri, tentando te matar...

— A gente não precisa falar disso.– ele diz e vejo Ned e Holly sair de fininho pra não escutar nosso início de discussão

— A gente não precisava até você jogar na minha cara a algum tempo atrás.– ele suspira e passa a mão no rosto nervoso

— Aquilo foi o calor do momento, eu estava nervoso pelo que você fez e...-

— E agora não está mais?– estreito o olhar

— Eu pensei bem e eu sofri com as duas vezes em que você tentou me matar, mas doeu mais quando você sumiu sem me dar mais notícias, eu te procurei no mundo todo com o senhor Sta...– ele não termina o nome, vejo em seus olhos a dor que ainda causa nele a perda do Tony — Você tentar me matar não me fez parar de te amar, eu devo ser um pouco masoquista, porque eu gosto quando você me machuca, mas não some mais Laura, não faz isso comigo...– ele toca a minha mão e a segura, fico olhando pra elas duas juntas e fico de cabeça baixa.

— Eu tenho medo de te machucar.– confesso baixo, e ele levanta meu rosto com a outra mão dele, encaro seus olhos castanhos.

— Você pode me machucar, destrói meu coração ele é todinho seu, só não me deixa de novo...– sinto meus olhos marejarem — Eu te amo Laura.– me aproximo e o beijo, seus lábios quentinhos e rosados, tão macios, sinto minhas lágrimas se misturarem ao nosso beijo e suas mãos segurarem minha cintura, seguro seu rosto e aprofundo nosso beijo fazendo sua língua explorar a minha, parecíamos desesperados por isso, a saudade e o amor que estávamos sentindo naquele momento foram atrapalhados pelo sinal da primeira aula, e então percebemos que estávamos sozinhos no corredor. Sorrimos um pro outro, ele me solta e oferece a mão pra caminhar comigo até minha primeira aula, seguro sua mão tendo a completa certeza de que de agora em diante eu nunca a soltaria.

Fim.

Wires - Peter Parker Where stories live. Discover now