Chapter VII

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Rose tinha acordado com o pé esquerda naquela manhã. Seu cabelo parecia um ninho de pássaros, seu batom preferido tinha quebrado e o cheiro de flores que empesteava seu dormitório havia atacado seu nariz.

Desde quando ela odiava o dia dos namorados?

Não era uma questão de odiar, mas.... Certo, ela evitaria ao máximo ficar de cara feia e estragar o feriado dos outros. Eles não tinham culpa se ela tinha decidido desmanchar o seu namoro, certo? Mas eles também não precisavam ficar esfregando na cara dela a burrada que havia feito.

James enchia Dominique de bombons, em uma falha tentativa de chamar a sua atenção, Hugo tinha presenteado Lilly com um cartãozinho encantado. Mal sabia ela que pioraria tudo no Salão Principal. Uma chuva de passarinhos de papel voava pelo ambiente, levando recadinhos. Presentes eram recebidos pelos correios de namorados que não podiam estar presentes, assim como suspiros e gritinhos histéricos.

Brincando com seus ovos mexidos, Rose se apoiou em seu braço esquerdo, se perdendo em seu prato. Quais eram os seus planos para seu dia mesmo? Ah, é. Ir para aula de feitiços, depois História da Magia e pela tarde, treino de quadribol. Sua agenda estava tão lotada que sequer teria tempo de responder as centenas de cartas que receberia naquele dia – ela revirou os olhos em ironia.

Rose realmente achava que estava mais esquecida no churrasco que as filhas da Adriana Bombom, que Sônia Abraão a tinha colocado na geladeira junto de Tiago Leifert, mas mal sabia ela que seu dia iria ser mais movimentado do que ela pensava.

O primeiro rapaz tinha sido cavalheiro o suficiente para mandar um cartão animado, com um coração pulsante.

O segundo a tinha enchido de bombons durante o intervalo.

O terceiro havia a chamado para sair – pedido educadamente recusado.

Quando estava na aula de história da magia, percebeu que suas colegas suspiravam e ao procurar saber o que raios lhes atraía a atenção, viu uma coruja entrar pela janela aberta, passar pelo meio do professor Bins, ir em direção à sua mesa e deixar cair um pequeno buquê de flores. Rose tinha ficado corada e feliz pelo presente, acreditando ter um pretendente que sabia como tratar uma garota. As flores eram impressionantes e cheirosas, mas ao puxar o cartão sentiu vontade de chorar.

"Rosinha,

Essas flores tem profundo significado para mim. Pedi ajuda para Lysander – que mesmo a contragosto – me ajudou a selecionar o que tenho a te oferecer. As rosas vermelhas expressam todo o meu amor e paixão por você, as astromélias indicam o quando eu sinto saudades suas, e as anêmonas, o quanto tenho perseverança em nosso relacionamento. Sei que não me deu uma resposta naquele dia, mas torço no fundo do meu coração que você tenha pensado e aceite me dar mais uma chance. Eu amo você e não vou desistir de nós tão fácil.

Podemos dar certo, Rosinha. Estávamos dando muito certo, apenas tivemos um pequeno deslize.

Com todo o meu amor,

Do seu

Lorcan"

Ele não tinha feito aquilo......

Com os olhos cheios de água, Rose deixou de lado o presente, voltando o foco para a aula de História. Assim que foram liberados, ela andou o mais rápido possível até o seu dormitório, colocando as flores em um vaso com água. Por mais que fosse uma tentativa do ex-namorado de reconquistá-la, ela não jogaria fora um buquê tão bonito como aquele.

Foi quando ela seguia o caminho para o Salão Principal para almoçar que o quinto garoto apareceu. Ele, diferente dos outros, havia feito uma tentativa bem mais ousada, sendo bem mais enfático no que queria.

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora